quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cavaco Silva e a arte da banalidade

Portugueses e Portuguesas, interrompo as minhas férias para vos fazer um comunicado urgente e de grande importância para o país! No meio dos meus mergulhos e de longos e descansados banhos de sol, vi-me obrigado a reagir perante tamanho defraude de expectativas, totalmente desnecessário, por parte do nosso Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Com tanto mistério a rodear a comunicação de Cavaco Silva, a especulação foi muita, e fundamentada. Desde a crise energética à crise económica, passando pela crise social, os motivos para uma inédita comunicação a meio das férias presidenciais eram muitos e variados (para nosso mal). Mas no fim, a montanha pariu um rato! O facto de o Tribunal Constitucional (TC) ter considerado anticonstitucional alguns pontos do novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores, foi o suficiente para uma comunicação urgente e de grande importância ao país. Não estou aqui a negar a importância de tal estatuto, mas não é a primeira vez que uma lei, ou estatuto neste caso, terem de ser alterados nalguns pontos como resultado de uma decisão do TC. Não percebo como é que esta situação motivou a gravidade hoje demonstrada. Mas se o facto de o nosso apenas dizer banalidades e ser politicamente correcto, quando tem obrigação de não o ser, já me chatear como português preocupado, ainda mais me chateia se começo a comparar esta comunicação com outras "não comunicações". Apenas relembro o escandaloso episódio passado na Madeira há uns meses atrás, numa visita oficial do PR, sobre a qual escrevi aqui. Nesta, Cavaco Silva, mais uma vez, apesar de várias situações anti-democráticas já muito frequentes na Madeira, como se diz na gíria popular, "comeu e calou".

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Boas férias!

Olá pessoal. Escrevo hoje, de Setúbal, este post por duas razões.

Primeiro, por ter ultrapassado a barreira das 10000 visitas, em menos de um ano. Escrevo neste blog porque acho que tenho algo a dizer, logo, é bom sentir que sou ouvido.

Segundo, para me despedir de vós, pelo menos até perto de Setembro, altura em que mais uma ronda de colocações me irá fazer voltar à (dura) realidade! Esporadicamente poderei aqui escrever algo que considere importante, mas a partir de hoje, mesmo que não oficialmente, estou de férias, logo, de descanso de tudo o que tenha a ver com a minha vida profissional! O descanso é merecido, e como tal, desejo boas férias a todos vós, divirtam-se e abstraiam-se da escola e da Milú!

Boas férias!

sábado, 19 de julho de 2008

Não oficial - prazo alargado para o fim de semana

Não é oficial, visto a DGRHE não querer dar o braço a torcer, mas quem não conseguiu concorrer pode concorrer neste fim de semana. Mas este alargamento é apenas para aqueles que tenham acedido pelo menos uma vez à aplicação até ao prazo inicial, ou seja, até às 18h de sexta feira. Avisem quem conheçam que estejam nesta situação.




PS: Isto é altamente irregular, e bem demonstrativo da natureza propagandista do ME... Era de inteira justiça este alargamento, mas para mostrar determinação para a comunicação social dizem que não, quando aparentemente, afinal é sim. Enfim...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Fenprof pede prorrogação do prazo de candidatura





Pois, realmente pedir a prorrogação do prazo quando esse prazo está praticamente no fim, é mesmo a melhor maneira de atingir esse objectivo... Infelizmente, este tomar de posição fora de tempo não me surpreende, visto ser regra nos últimos tempos na Fenprof. Isto ainda é mais grave sabendo-se deste problema desde ontem praticamente de manhã. A quantidade de colegas preocupados a contactar os serviços da DGRHE e dos sindicatos foram imensos, mas parece que só a FNE se lembrou de dizer alguma coisa atempadamente.

Nada surpreendente foi também a recusa do ME para alargar esse prazo. Como já aqui tinha referido ontem no post anterior, apesar dessa medida ser a mais lógica, a mais justa e a mais sensata, como essas palavras não entram no dicionário do ME, duvidava muito que isso acontecesse. Como se verificou...



Problemas com a aplicação de manifestação de preferências

A aplicação para a manifestação de preferências está praticamente desde hoje, dia 17, indisponível. Espero bem que a DGRHE tenha presente que foi um dia perdido, isto se amanhã, logo pela manhã, tiver o problema resolvido. Tenho sérias dúvidas. O justo, e mais lógico, seria que o prazo fosse adiado para segunda feira. Mas como as palavras justiça e lógica não entram no dicionário do ME, logo...

Vamos esperar que corra tudo pelo melhor e que ninguém fique prejudicado com mais esta trapalhada do ME.



PS: Tenham calma, que stressados não melhoramos nada!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Renovação de contratos

No site da DGRHE , aparece a seguinte informação:



"Recondução de contratados - apenas aplicável aos docentes colocados nas listas de CONTRATAÇÃO (31-08-2007)"


Petição pelo Dia Nacional para a Sensibilização para a Perda Gestacional

Amigos, está a decorrer uma petição online pelo Dia Nacional para a Sensibilização para a Perda Gestacional, promovida pela Associação Artemis. Esta associação tem como objectivos o apoio a mães que perderam os seus bebés durante a gestação, e a sensibilização pública para este tema, ainda muito pouco falado. A perda gestacional é uma dor muitas vezes silenciosa, e não raras vezes, pouco compreendida. Peço então a todos que assinem a petição através deste link, (http://www.petitiononline.com/Dia/petition.html), ou através do link na barra ao lado. Agradecia que divulgassem.

Muito obrigado, Filipe Araújo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Manifestação de preferências 2008/2009

Hoje inicia-se o processo de manifestação de preferências, que dura até dia 18. Desejo desde já boa sorte a todos!

Não esquecer que apenas se podem optar por 100 escolas, 50 concelhos e 23 QZP's. E claro, pode-se repetir, por exemplo, a mesma escola, para os vários horários.

Para quem ainda não decidiu a sua lista de preferências, aconselho que a faça com tempo e cuidado. Antes de manifestar as preferências, leia com atenção o Manual de Instruções para a Manifestação de Preferências.

Depois é relaxar e manifestar as preferências calmamente!

Boa sorte!


PS: a pedido de muitas famílias, relembro as condições para a renovação de contratados: deve ter entrado na 1ª colocação (não na primeira cíclica), com horário completo e anual, esse horário manter-se e a escola concordar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Alterações no concurso 2009

Na sequência de uma reunião entre a FNE e o Ministério da Educação, temos um rascunho daquilo que o ME quer alterar nos concursos. Ver aqui.

Quanto às questões colocadas no post anterior, apenas encontro resposta a duas, "como se irá usar a avaliação de desempenho na graduação: considerando-se a menção qualitativa ou a classificação quantitativa?" e "a avaliação deste ano já será considerada?". Assim, sabemos agora que é apenas considerada a menção qualitativa. A proposta do ME é que os critérios de graduação sejam os seguintes:

- Classificação profissional
- Tempo de serviço
- Última avaliação de desempenho: (Excelente: 5; Muito Bom: 3; Bom: 2; Outras menções: 0)

Quanto à formula do cálculo da graduação profissional, nada diz.



Quantos às restantes propostas do ME para o próximo concurso, resumindo, os actuais professores integrados em Quadros de Zonas Pedagógicas serão colocados em quadros de agrupamentos ou em quadros de escola, e aqueles sem lugar, farão parte de uma bolsa de recrutamento, da qual sairão para ocupar alguma vaga, ou quando abrir vaga dentro das suas escolhas.

Quanto aos professores integrados em quadros de escola, estes serão convertidos em professores de quadros de agrupamento ou quadro de escolas não agrupadas. Os professores já integrados em QE ficarão na escola onde estão. Se a sua vaga nessa escola desaparecer, entrarão noutra vaga do quadro de agrupamento onde se encontra. No caso de não haver vaga, serão deslocados para a bolsa de recrutamento.


Quanto à bolsa de recrutamento, esta, apesar de lógica, traz problemas. Primeiro, de ética, visto que docentes já com muitos anos de serviço numa dada escola, onde estão por direito, rapidamente serem integrados numa bolsa à espera de ser colocado noutra vaga, noutra escola, por vezes, noutro concelho sem ser o da sua residência, ou até, sujeito a colocações anuais. Segundo, é mais uma forma de restringir vagas para os professores contratados. Com esta bolsa, vagas que normalmente seriam ocupadas por professores contratados, serão ocupadas por professores da tal bolsa de recrutamento. Se tivermos em conta que a evolução de professores contratados tem sido negativa, (ver "Perfil do Docente" pág. 46) e que a evolução de professores com menos de 30 anos no 1º, 2º e 3º ciclos e secundário, ser igualmente negativa (ver "Perfil do Docente" pág. 22-25), vemos que as perspectivas para os contratados são cada vez menos agradáveis, e o futuro pouco risonho...

Avaliação de desempenho na graduação - completamente em desacordo!

Foi-me chamada à atenção, no site Professores Lusos, uma notícia que tem tudo para ser arrepiante e assustadora, mas que surpreendentemente, pouca reacção tem merecido dos professores. A notícia refere-se a dois pontos: à integração dos professores QZP's em quadros de agrupamento, já aqui comentado (ver aqui) e à introdução da avaliação de desempenho como critério de graduação, para efeitos de concurso.

Notícia completa


É preciso relembrar que este critério para a graduação não está prevista no novo ECD, nem sequer nos vários decretos sobre a avaliação. Foi uma invenção de última hora, com motivações e resultados indefinidos. E a informação, para já, é pouca. Ficam dúvidas para esclarecer, entre as quais:

- sairá um novo ECD?

- como se irá usar a avaliação de desempenho na graduação: considerando-se a menção qualitativa ou a classificação quantitativa?

- a avaliação deste ano já será considerada?

- qual o seu peso?


Quanto à terceira dúvida, deixo apenas aqui um exemplo do que aconteceu na minha escola. Tendo vários contratados a nota máxima na assiduidade, a classificação quantitativa foi diferente. Dir-me-ão, isso é normal. Sim, seria normal, se tivessem sido usados dados para essa diferenciação. Quando apenas dão "notas" de acordo com o tipo de assiduidade, alterando conforme se faltou por doença ou por outro tipo de situação, as restantes notas, isso é imoral, e acaba por acabar em situações de injustiça. E se as classificações deste ano forem consideradas numa futura graduação, teremos graves problemas, visto que não há critérios iguais de escola para escola. E mesmo quando tivermos esta avaliação a funcionar em pleno, sabemos muito bem que os critérios e as formas (pessoais) de avaliar não serão as mesmas, e mais uma vez, acabamos entregues à sorte...


PS: Espero que os sindicatos sejam firmes neste ponto. Já perderam, (perdemos) quase totalmente na questão da avaliação, apesar da contestação massiva dos professores, já meteram o pé em várias outras questões, como a prova de ingresso (reacção muito tardia), entre outras... Aguardo!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Top Secret - a fórmula do GAVE para os exames do próximo ano




Com o objectivo de afastar as críticas e de melhor aferir as reais capacidades dos alunos portugueses, o GAVE começou já a preparar os exames do próximo ano. Trazemos aqui, em primeira mão, um dos exemplos do rigor e exigência que serão apanágio, tal como neste ano, do ME!

sábado, 5 de julho de 2008

Responsabilidade - ter ou não ter!

"Precisamos de famílias para criar as nossas crianças. Os pais precisam de entender que a responsabilidade não acaba na concepção. Eles precisam de entender que o que faz um homem não é a capacidade de gerar uma criança, mas a coragem para educá-la."

Barack Obama


Não sei o contexto em que o candidato democrata à presidência norte-americana disse esta frase, mas serve perfeitamente cá no nosso país. Não basta gerar uma criança, não basta dar as condições materiais para o seu crescimento, é preciso também a paciência para os educar. Como em muitos casos essa paciência não existe, desculpando-se com as mais variadas razões, e o tempo livre, que por vezes é pouco, não lhes é dedicado, essa responsabilidade acaba por recair nos professores. Mas essa função, que não é nossa, não nos é pedida, é-nos exigida! Já o disse antes, e volto a repetir. A César o que é de César! A cada um as suas responsabilidades!

PS Express...

Maria de Lurdes Rodrigues deu uma entrevista ao jornal Expresso, onde conta com o beneplácito de uma equipa de jornalistas.

O rosto da primeira grande contestação contra o Governo mantém-se resistente à frente da pasta da Educação. Apesar de afirmar não ser imune às contestações sociais, parece passar-lhes ao lado. Nega querer governar para as estatísticas e apesar das críticas de facilitismo, diz que "o ensino é hoje mais exigente".

Sinceramente custa-me ver um jornal do "gabarito" do Expresso fazer uma entrevista sem nunca, de forma pertinente, colocar questões incómodas. Fazem a primeira questão, pertinente. MLR responde, fugindo à questão, ou debitando o seu já famoso discurso do rigor e exigência, ou do "não sei se será assim", "não sei se disse isso", "isso são opiniões"..., e depois, voilá, passa-se à questão seguinte. Não existe um verdadeiro contraditório. Infelizmente, ultimamente muitas entrevistas a elementos do governo fazem-me lembrar uma conversa de amigos!


Algumas pérolas dos jornalistas:

Como podemos ter confiança num sistema de ensino onde a quase totalidade dos professores não quer ser avaliada?

Os sindicatos têm prejudicado a escola pública?

A contestação dos professores que levou ao adiamento do modelo de avaliação não prejudicou a escola pública? A pressão dos sindicatos levou a um recuo?

Não queremos ser avaliados? Ainda isso? Mas a pergunta veio da boca do jornalista ou da ministra? Estas questões partem de um pressuposto, o pressuposto que isto é uma guerra e que os professores apenas lutam por si próprios. É pena que jornalistas partam para uma entrevista com esse pressuposto, e que tenham dado essa benesse a MLR, deixando-a completamente à vontade para depois fazer-se de "boazinha" e dizer "que não é assim tanto". Conversa de amigos...

Ainda os resultados dos exames


Governo revela "alguma preocupação" com resultados no exame de Português.

O Secretário de Estado da Educação mostrou, esta sexta-feira, «alguma preocupação» com o facto de a média das notas no exame nacional de Português ter ficado abaixo dos dez valores pela primeira vez em três anos.

«Iremos naturalmente trabalhar para identificar as razões» dos maus resultados e «tomar medidas que permitam apoiar o trabalho da melhoria dos alunos e dos professores nas escolas, como se fez ao longo destes anos para outras disciplinas», de forma a garantir que esta situação não passa de um «incidente que deverá ser corrigido», acrescentou.



No próximo ano, basta saber preencher o cabeçalho para passar... Valter Lemos vem agora escudar-se destes resultados para tentar fugir às acusações de facilitismo nos exames nacionais, mas a verdade é que fora este resultado, todos os outros tiveram enorme subida positiva, subida muito suspeita quando é anual. De repente os alunos portugueses são excelentes a Matemática. Foi trabalho, dirão uns, milagre, dirão outros... Milagre estatístico!

E nem era preciso ver resultados para se saber do que estamos a falar! Basta comparar os exames dos últimos anos para se constatar que cada vez são mais básicos, e que o grau de exigência altera-se todos os anos. Ora, comparar alhos com bogalhos ou dá asneira, se o objectivo for o rigor, ou dá milagres... Ora, milagre foi o que deu...

Quadros de agrupamentos: concordo com reticências...

Vinte mil professores vão ficar mais perto de casa

Antes de mais, devo fazer aqui uma pequena correcção. Quadros de agrupamentos no fundo, apenas o são para os professores do 1º ciclo, que terão um mini-quadro de zona pedagógica. Para os restantes professores, visto cada agrupamento apenas ter uma escola básica 2,3 ou secundária, será na realidade a efectivação. Não discordo com a medida. Era algo que já devia ter sido feito há mais tempo. Agora, nem tudo são rosas! Quando na reportagem se diz algo como "
Perspectivas como viver em Beja e ser colocado em Sines deixarão de ser motivo de angústia para muitos professores (...)" vê-se logo que não sabem muito bem como isto funciona. Parte-se do pressuposto que todos os professores terão lugar num agrupamento perto da sua área de residência. Ora, nós sabemos, já por experiência, que nem sempre nos calha em sorte aquilo que nós queremos, principalmente nos concursos de professores. Por alguma razão, muitos se querem efectivar, têm de concorrer para longe. Acredito que muitos professores irão na realidade ficar mais perto de casa, mas muitos outros não. E agora apenas terão a hipótese de alterar essa situação passados 4 anos, sem garantias de sucesso. E já que estamos numa de reflectir, já não era isso que supostamente se passava com a colocação plurianual?

Na minha opinião, é uma boa medida, que reforça a estabilidade docente nas escolas. No entanto, não canto loas pois não é o mar de rosas que Valter Lemos quer fazer crer.




quarta-feira, 2 de julho de 2008

Manifestação de preferências - Concurso 2008 / 2009

Quero apenas relembrar que se aproxima o período dedicado à manifestação de preferências para o concurso de docentes 2008/2009: de 14 a 18 de Julho.

Ver calendarização aqui.

Calendário ano escolar 2008/2009