quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Prova de ingresso - as novidades na nova proposta

Quanto à prova de ingresso, pois bem, se antes, e quem diz antes, diz no ME anterior, para um professor com menos de 5 anos, e depois, de 4, poder trabalhar (porque dizer que a prova de ingresso é para ingressar na carreira era uma falsidade de todo o tamanho), teria que realizar uma prova de ingresso, agora, além da prova de ingresso, tem ainda que ter um ano probatório, onde será observado e acompanhado.

A proposta não explicita, mas suponho que seja logo no primeiro ano de trabalho.

A minha pergunta é, se já terá um ano probatório, com aulas observadas e acompanhamento, para quê mais um constrangimento como a prova? É apenas teimosia, ou puro desejo de lançar uns quantos no desemprego devido ao facto do ensino superior do ESTADO não providenciar um ensino de qualidade?





PS: E já agora, gostaria de saber como será a exigência dessa prova, sabendo que estão a começar a sair os professores de tudo e mais alguma coisa, inventados pelo ME anterior, com licenciatura para Ed. de Infância, 1º Ciclo e 2º Ciclo, sendo que no segundo ciclo, terão habilitações para leccionar Matemática, Ciências da Natureza, Língua Portuguesa, História e Geografia de Portugal... E tudo isto numa licenciatura de 3 anos. Pois, a exigência nunca poderá ser muito grande.

Mas, sinceramente, estavam à espera de outra coisa?

Infelizmente, já desde há bastante tempo, a minha esperança nestas negociações eram muito baixas. Desde as primeiras declarações (mais a sério) que se viu ao que vinha Isabel Alçada: tentar um caminho alternativo para alcançar os mesmos objectivos do ME anterior. Muita gente ia caindo na esparrela do "ai ela é mais simpática, logo, fará tudo o que queremos", e deixou-se andar, mas agora a fria realidade abre-se à nossa frente. Nada terminou com o fim da maioria absoluta, apenas mudou de cara... E aqui, mais uma vez, relembro a traição do PSD, que em altura de mostrar força, e do parlamento finalmente se unir com o poder que lhe foi dado pelo povo para resolver esta questão, decidiu optar pelo deixa andar, pela confiança a um governo que nesta matéria, já à muito demonstrou não ter crédito, e agora, aparece novamente na ribalta, a criticar o governo e a fazer o papel de virgem revoltada. Pois bem, eu tenho boa memória, e não me vou esquecer.

Vamos a factos:

O ME propôs uma nova forma de progressão na carreira, em que apenas alguns chegarão ao topo, sendo essas vagas condicionadas pela avaliação (que continua a ter quotas) e peço orçamento de estado. E diz Isabel Alçada que "nem todos os professores podem chegar ao topo" e que noutras carreiras acontece o mesmo. O que ela se esquece de dizer, é que noutras carreiras, quem chega ao topo não vai ter as mesmas funções e mesmas responsabilidades (quando não são menores) do que quem está no início da carreira, ou até, de quem está fora da carreira...

Leiam aqui a nova proposta com calma, e verão que pouco ou nada mudou. Como se costuma dizer a m#$%& é a mesma, o cheiro é que é diferente, perdoem-me a linguagem.
Proposta do ME


Sobre a prova de ingresso, falarei noutro post.


Conclusão final: que "bela" maneira de acabar, e começar, o ano!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal 2009



Desejos de muita felicidade na companhia das vossas famílias e amigos neste Natal.

Feliz Natal!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Ministério perde 20 mil docentes (dos quadros) em três anos - a verdadeira razão dos quadros de agrupamento

Actual situação do Ministério da Educação inclui 114 970 quadros. Em 2006 eram 135 mil. Sindicatos dizem que Governo compensa com contratados.

Em apenas três anos, os quadros do Ministério da Educação perderam 20 mil professores, sobretudo através de reformas e aposentações, que não foram compensadas por novas entradas.
Em Junho de 2006 - depois dos primeiros concursos que colocaram os docentes por três anos -, o então secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, revelou que o Ministério contava com "cerca de 135 mil professores nos quadros e apenas 15 mil contratados". Ou seja: 90% da sua força laboral de 150 mil tinham vínculo definitivo.
Mas de então para cá, de acordo com os últimos números divulgados pela tutela, os efectivos caíram para 114 970.
Os sindicatos de professores têm acusado o Governo de, por razões "economicistas", ter promovido uma redução "artificial" deste contingente. Isto porque, sustentam, a perda destes quadros acaba por ser compensada com contratados a termo, que ficam fora da carreira.
"O número actual de profes- sores não é inferior a esses 150 mil [de 2006]", disse ao DN Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof. "O que há é muito mais contratados, num processo de precarização da profissão".
Em 2008 aposentaram-se cerca de 5000 professores. Nos concursos deste ano, segundo contas sindicais, só terão sido criadas algumas centenas de lugares de quadro para integrar contratados.


in DN

Antes de sequer comentar a notícia, vou comentar algo que bem me tem chateado há já uns anos que é a pouca preparação e desconhecimento de muitos jornalistas que estão encarregues da Educação nos respectivos órgãos de comunicação social. A maioria da informação chega ao grande público com inverdades, e muitas vezes, baseada apenas na propaganda de ambos os lados da barricada, sem nunca haver um contraditório, uma simples consulta de dados, existentes para quem quiser ver.

O jornalista que fez esta notícia parece que descobriu a pólvora, ou melhor, apenas se deu conta desta situação porque lhe foi dito pelo sindicato. Sinceramente, são pessoas assim tão bem informadas que estão a noticiar sobre educação. Aquilo que ele constatou, já o deveria ter constatado na altura da saída das colocações. E mais, no úlimo parágrafo mostra mais uma vez, o seu desconhecimento, ao referir-me apenas às aposentações de 2008 e relacioná-las directamente com a criação de lugares de quadro. Como é óbvio, deveria ter relacionado sim as aposentações dos últimos 3 anos com as vagas abertas neste último concurso. Aí os números seriam ainda bem mais chocantes. E já agora, era necessário aquele "Nos concursos deste ano, segundo contas sindicais, só terão sido criadas algumas centenas de lugares de quadro para integrar contratados"?. Caramba, isso são contas dos sindicatos ou contas que qualquer um pode fazer indo aos dados do ME? É necessário colocar esses números como se fosse uma arma de arremesso de um dos lados e assim, perder alguma credibilidade em quem está a ler e não percebe nada do assunto?
Enfim, eu não sou dado a manias de conspiração, mas sendo domingo de manhã, e estando nervoso com o jogo de logo à noite, este tipo de notícias, com certas frases que parecem feitas de encomenda, fazem-me logo saltar a tampa.

O que mais me faz saltar a tampa, mas isso já aconteceu logo que sairam as colocações, é a poupança de dinheiro que o Estado está a fazer à conta dos professores. Realmente, foi um esquema bem montado: criam-se quadros de agrupamento, logo, todos têm vinculação num agrupamento (com consequente extinção dos QZP); na altura dos concursos, apesar de ter sido apenas mudanças de colocações, visto que 99% dos "colocados" já tinham vínculo ao estado, puderam dizer, com a complacência dos órgãos de comunicação social, que foi colocado um número histórico de professores; por fim, uma percentagem de professores de QZP que não conseguiram essa famigerada colocação, foram também colocados numa escola, mas por 4 anos. No meio disto tudo, todos aqueles contratados que teriam lugar nos QZP, com a extinção deste, continuaram contratados, e continuarão, por muitos e bons anos.
Ou seja, nestes últimos 3 anos aposentaram-se mais de 10000 professores, e abriram 300 vagas. Contas por alto, deveria haver, grosso modo, mais 9700 entradas que não existiram. Mais uma vez, contas por alto, a diferença entre o que ganha um contratado e um vinculado nos escalões mais baixos é perto de 200 euros, logo, 1.940.000€ de poupança todos os meses. Isto contas muito por alto.

Simmmmmmmm, estas mudanças foram TODAS pela estabilidade dos professores!...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mais uma das muitas utilidades do Magalhães - educação sexual

Apanhados na escola a ver pornografia no Magalhães

Câmara avançou com formação para professores e encarregados de educação.

Alunos de uma escola básica da Maia foram apanhados a ver pornografia nos computadores Magalhães. Alertada por professores, a Câmara avançou com uma formação para prevenir os pais dos riscos informáticos.

A Autarquia critica a falta de segurança dos portáteis. A situação deixou alarmada a comunidade escolar e está a preocupar os encarregados de educação. Muitos deles só agora tomam consciência de que é obrigatório ter mais atenção às novas ferramentas de ensino usadas pelas crianças.

As debilidades de segurança da máquina disponibilizada às crianças do Ensino Básico ficaram bem patentes quando docentes e auxiliares de Educação depararam, no próprio recinto escolar, com alunos a navegar por páginas de conteúdo pornográfico. O acesso a esse tipo de material está vedado através do controlo parental, mas, conforme explicaram técnicos municipais, basta uma simples pesquisa no google para conseguir a palavra-chave que desbloqueia o computador.
[continua]


Pois, o engraçado é que este tipo de situações foram sendo alertadas desde o início, mas só depois de acontecerem, é que se age. À boa maneira portuguesa, casa roubada, trancas à porta.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Proposta Avaliação ME - Onde é que eu já isto?

- Quotas na atribuição das menções "Muito Bom" e "Excelente"

- Avaliação Científica (aulas assistidas) para quem quer concorrer ao "Muito Bom" e "Excelente"

- Quotas de acesso a escalões para os professores avaliados com "Bom"



Melhorias, só estou a ver na burocracia, e no desaparecimento do professor titular. De resto, mais do mesmo...

Escolas francesas pagam aos alunos para serem assíduos

Para combater o abandono escolar, algumas escolas francesas decidiram pagar aos alunos para cumprirem com as suas obrigações. Segundo a BBC Brasil, a partir de hoje, três escolas técnicas nos arredores de Paris vão oferecer prémios até 10 mil euros à turma que menos faltar às aulas. A iniciativa, que visa estimular a assiduidade dos jovens, foi tomada por Martin Hirsch, secretário francês para a Juventude e está a gerar grande polémica no país.

De maneira a contrariar as estatísticas, algumas escolas técnicas francesas descobriram uma estratégia para melhorar a assiuidade dos alunos. Cada um inicia com 2000 euros, que pode subir ou descer consoante a sua assiduidade. Este está a ser um tema polémico em França, com o Ministério da Educação a concordar, mas o Ministério do Ensino Superior a discordar. Obviamente, a minha opinião nem é necessária dizê-la! Pagar para um aluno fazer a sua obrigação, dentro da educação que a sociedade lhe está a oferecer, é no mínimo ultrajante. Os valores com que esses alunos crescerão são errados, e sempre numa base de troca comercial. Lá como cá, veneram os deuses das estatísticas, e lá como cá, a educação, cognitiva ou de aitutdes e valores, piora a olhos vistos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Contra-proposta da FNE - agrada-me mais!

Depois de alguma desilusão pelo facto de a Fenprof ter-se (mais uma vez) esquecido da prova de ingresso, a contra-proposta da FNE deu-me algum alento. Depois de muito tempo a olhar de lado este sindicato, o facto de estar ligado mais ao centro deu-lhe mais visibilidade, e porventura, maior necessidade de mostrar trabalho. Assim, fica aqui a ligação para a contra-proposta da FNE, e alguma satisfação pelo facto desta incluir a prova de ingresso.

Quanto aos restantes pontos, declara claramente a rejeição de carreiras condicionadas a orçamentos, e de certos pontos da avaliação que eram por (quase) todos rejeitadas. Em suma, algo mais bem feito do que a resposta da Fenprof.