quinta-feira, 25 de março de 2010

Hulk, Sapunaru, e o branqueamento da violência...

No futebol, tal como nas escolas, tenta-se sempre fechar os olhos às situações mais graves... A ver se passam e ninguém dá conta! Passamos, vemos um aluno a bater noutro, e muitas vezes, passa-se, pois ninguém se quer meter na confusão e daria um trabalhão dos diabos separá-los e fazer uma participação disciplinar. No futebol acontece a mesma coisa, mas com a agravante de não ser uma pessoa a ver, mas sim milhares, e por vezes, milhões. Mas quem tem de agir, normalmente nesses momentos está a olhar para tudo menos para o jogo... Só isso justifica vermos um Bruno Alves constantemente a agredir outros jogadores e que nunca tenha tido uma daqueles célebres sumaríssimos, que para outros, caloiros nessas andanças, até foram céleres! Agora, para se exultar mais ainda o deixa para lá, uma Federação com laivos de despotismo, e ainda com desejo de vingança por lhe ter sido tirado a organização dos campeonatos profissionais de futebol há uns anos atrás, decidiu arrasar por completo uma sentença histórica a dois jogadores que agrediram violentamente um steward, elemento esse que tem permissão para estar no recinto de jogo (e recinto de jogo não é apenas dentro das quatro linhas), logo é um interveniente ao jogo, tal como delegados ao jogo, treinadores, adjuntos, organizadores, e por aí fora, dando uma machadada na Liga de Futebol, e branqueando completamente a violência que há anos é permitida a certos intervenientes ao jogo...

E já começou o coro das virgens ofendidas...

sábado, 20 de março de 2010

Um erro histórico que se corrige!

Desde o início o novo Estatuto do Aluno levantou vozes de discórdia por todos os intervenientes, fossem professores, aluno e pais. Os únicos que apoiaram foram os seus criadores e um pretenso representante dos pais portugueses. De lés a lés, em todas as escolas, este estatuto criou constrangimentos e um acréscimo enorme de trabalho, que obviamente, dada a natureza das medidas impostas, não provocaram nada positivo. Com a revisão do estatuto do aluno, novamente com uma diferenciação clara entre faltas justificadas e injustificadas, e o fim das provas de recuperação obrigatórias para alunos com faltas justificadas, o sistema torna-se mais justo e menos burcocrático.
Esperemos ainda que os alunos com faltas injustificadas tenham medidas práticas de punição, e ainda, que se defendam os alunos (e professores e demais actores educativos) de práticas violentas.

quinta-feira, 18 de março de 2010

E viva o Benfica...

Grande jogo do meu Benfica. Mais uma daquelas grandes e épicas noites europeias!

Apesar do árbitro, apesar das estatísticas longamente repetidas nos últimos dias, apesar da "fragilidade psicológica" ditada por muitos comentadores, o meu Benfica lá conseguiu vencer uma boa equipa europeia, eliminá-la e virar o resultado do jogo! É muita coisa para um jogo só! :-)

Governo recua

No final de uma ronda de encontros com os sindicatos, o secretário de Estado Alexandre Ventura veio dizer que «havia uma vontade de harmonização da carreira docente com a lei geral da Função Pública», mas que essa «não é uma prioridade» neste momento.
Sem os pontos mais polémicos, o estuto poderá ir a Conselho de Ministros já na próxima semana.
De acordo com Alexandre Ventura, o ministério optou por retirar «todas as matérias que vão para além do acordo de princípio assinado com os sindicatos», de forma a «não fazer prolongar mais o processo negocial».


in "Sol"


Depois das ameaças dos sindicatos, o governo, num acesso de bom senso, decidiu retirar as medidas enfiadas à pressão na proposta do ECD. Mas não se iludam: tal como Alexandre Ventura disse, não é uma prioridade neste momento, o que não quer dizer que o seja num futuro próximo. E para quem não sabe o que quer dizer a harmonização da carreira docente com a lei geral da Função Pública, isso significaria o fim da espeficidade da carreira docente.

Sinais de que o fim da maioria absoluta tem as suas vantagens...

Concurso de Docentes 2010 - Calendarização

Poderão ver aqui a calendarização do concurso para a colocação de docentes contratados e para efeitos de destacamento por condições específicas. Esta é uma calendarização incompleta pois ainda não abrange a fase da manifestação de preferências.


PS: apenas uma aparte, como é possível que nos Açores consigam calendarizar todos os passos do concurso e não falhem nas datas, e aqui no continente não?

terça-feira, 16 de março de 2010

ECD - alterações graves

Deixo aqui o projecto de alteração do ECD de 15 de Março. Após uma leitura mais rápida, e uma vista de olhos noutros blogs, apercebi-me que se quer resumir o concurso de colocação de professores ao seguinte:

A dotação de postos de trabalho dos mapas de recrutamento das escolas ou dos mapas de escolas não agrupadas, discriminada por ciclos ou níveis de ensino e grupos de recrutamento, é fixada por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, admnistração pública e da educação. vide artigo 26

Que eles querem acabar com a nossa única hipótese de ter um concurso com o mínimo de transparência, já se sabe há muito, mas agora, colocar a nossa carreira equiparada a qualquer uma da função pública, desaparecendo a espeficidade própria da carreira docente, parece-me, e é, grave, e mostra que eles não desarmam, apenas procuram novas formas de vencer...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ainda o bullying - morte de um professor

Mais uma triste notícia relacionado com o tema bullying, e para o qual, finalmente, e infelizmente, está a ser dado destaque.

Um professor, vítima de bullying por alguns seus alunos, suicidou-se. Vêm agora tentar branquear este facto devido a problemas psicológicos desse colega. A verdade, é que na maioria dos casos o suicídio é causado por problemas psicológicos, agravado por situações externas. E são essas situações externas que cabe a quem de direito tentar controlar, ou limitar. A verdade é que um professor que faz sete queixas disciplinares de um aluno, a quem não é feita qualquer medida que impeça a repetição da situação, obviamente estará a ser condicionado e pouco protegido relativamente a essa situação psicológica. Agora vêm dizer que ele tinha "fragilidades psicológicas", mas quando se devia ter agido, nada se fez.

Urge dar poder (com a respectiva responsabilidade) a quem de direito nas escolas, e urge apontar responsabilidades aos verdadeiros educadores e tutores dessas crianças, os pais!

Bullying

Bullying.

Este nome está na moda. Desde há algum tempo, descobriu-se a prática do bullying, e desde há alguns dias, pelas piores razões possíveis, saltou para a actualidade das conversas. O caso do rapaz de Mirandela ainda vai fazer correr muita tinta, e muitas responsabilidades vão ter que ser atribuídas.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, esta prática não é nova nem de repente se colocou em rápida expansão. Na minha experiência pessoal, enquanto aluno, vi vários casos de bullying, alguns bem mais graves dos tipificados hoje em dia. Mas antes, havia uma diferença grande: muito dificilmente um aluno iria contar a um professor, ao contrário de hoje, salvo raras excepções, em que qualquer coisa, por mais insignificante que seja, é logo relatado ao professor. Hoje em dia sabe-se quase tudo, ao contrário de há uns bons anos atrás, em que poucos problemas entre alunos chegavam ao conhecimento dos professores. Por isso, costumo ouvir muitos comentários do género: isto hoje em dia está mesmo mau, antigamente não havia nada disso. Pois, mas eu que sou da geração de 80, discordo, pois vivi-o.

O bullying é um problema social grave que tem quer ser travado e resolvido, mas não se empole a realidade actual e se esconda o passado. Para podermos perceber a raiz do problema, estamos proibidos de o fazer!