Desvalorização da linha SOS Professor

A Ministra da Educação disse hoje, em Guimarães, que «os dados oficiais apontam para uma diminuição» da violência física e verbal nas escolas.

«Há quem queira visibilidade à custa de dados não-verdadeiros e não confirmados», afirmou, respondendo a perguntas dos jornalistas sobre números divulgados pela linha telefónica SOS - Professor? que apontam para um aumento da violência sobre docentes nas escolas.

A governante falava aos jornalistas no final da cerimónia realizada no CNO Francisco de Holanda, que hoje decorreu em Guimarães e em que participaram o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias.

A ministra disse que os únicos dados fiáveis são os recolhidos nas escolas e comunicados oficialmente ao Ministério e esses - reafirmou - «indicam uma tendência de decréscimo no presente ano lectivo».

Visivelmente irritada com a insistência dos jornalistas, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou desconhecer a referida linha telefónica, cujos resultados desvalorizou, atribuindo-os a uma associação que quer visibilidade.

«Isso não me diz nada», disse.

A governante deixou entender que os dados divulgados pela Linha SOS-professor - que indicam uma subida de actos de violência no primeiro trimestre lectivo - não são credíveis por não serem confirmados pelas escolas.




A respeito desta notícia, e da desvalorização da violência contra professores por parte da ministra, apenas deixo este exemplo, passado numa escola da zona centro. Um aluno, muito pouco assíduo, mas todos os dias presente na escola, com várias participações disciplinares de professores e funcionários, com problemas de disciplina e violência, desculpado e ultraprotegido pela mãe, um dia foi levado ao Conselho Executivo para uma conversa. O aluno logo fez questão de se sentar quase deitado a dizer que não queria saber daquilo para nada. Outro membro, uma nossa colega, ao entrar e ao ver aquele espectáculo, apenas pegou nos seus ombros e endireitou-o dizendo-lhe que aquilo não se admitia. O aluno não faz mais nada, levanta-se de repente e vai direito a ela para lhe bater. O nosso colega a custo conseguiu segurá-lo enquanto o aluno esbracejava e fazia força para se libertar e ir bater na colega, enquanto lhe cuspia ameaças de morte! E agora perguntam-me, o que aconteceu? Pois eu digo-vos: NADA!!! Nem participação na polícia, nem participação ao ME, nem sequer uma participação ao DT a pedir um conselho disciplinar... Porquê? Porque a mãe tem o hábito de chamar a tv... O medo inibe!

E depois vem a ministra dizer que a violência está a diminuir pois a informação que vem das escolas o diz! Pois...