quinta-feira, 27 de março de 2008
Começar a casa pelo telhado...
ler notícia aqui
Ao ler a notícia que o Ministério da Educação iria permitir a contratação de técnicos especializados no sentido de minorar a indisciplina nas escolas, a várias escolas consideradas problemáticas, permiti-me um sorriso. E já agora, uma pergunta: a Escola Secundária Carolina Michaelis é considerada na lista das escolas mais problemáticas do país? Pois é... Talvez não seja, aliás, não é! Mas a verdade, é que também lá aconteceu um caso grave de indisciplina! E tal como nesta escola, em muitas outras, que não fazem parte da tal lista de escolas problemáticas, acontecem casos como este, e por vezes, mais graves. Então, como é que a contratação de técnicos, psicólogos e mediadores de conflito, nalgumas escolas, vão resolver o problema de fundo de perda de autoridade e indisciplina, nas salas de aulas? Não vão! Poderão, em determinados casos, ajudar a acalmar, minorar e até alterar certos comportamentos. Contudo, estamos a falar de casos específicos. Em vez de tomarem medidas corajosas de responsabilização e até formação dos pais, medidas no sentido de alterar o estatuto do aluno, valorizando o rigor e a responsabilização dos alunos, e uma componente de mediação de conflitos na formação de professores, tomaram a decisão mais fácil: atirar com mais dinheiro para cima das escolas. Depois afirmam que desperdiça-se muito dinheiro no sistema educativo... Pudera!
Uma casa faz-se pelas bases, não pelo telhado. Mas acho que nunca ensinaram esta máxima básica a MLR e ao VL....
quarta-feira, 26 de março de 2008
Luta
28 de Março (sexta-feira)
MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE JOVENS TRABALHADORES CONTRATADOS/DESEMPREGADOS
Audiência com a Comissão da Educação e Ciência
ler comunicado aqui
segunda-feira, 24 de março de 2008
Solidariedade da CONPAF...
No documento, a CONFAP lança «um apelo a todos os pais para que exerçam o seu poder paternal junto dos seus filhos, educando-os no sentido da responsabilidade e do comportamento que devem ter em sala de aula, o seu local privilegiado de aprender». "
ler notícia inteira aqui
Chamem-me paranóico, chamem-me o que quiserem, mas esta tomada de posição da CONFAP, do nosso querido Albino Almeida, traz água no bico... Uma posição tão dissonante da mostrada pela Federação Concelhia das Associações de Pais de Porto, FECAP, que aproveitou para desvalorizar o incidente, e ainda, atacar os sindicatos. Algo aqui cheira-me a esturro...
Começam a acordar...
domingo, 23 de março de 2008
A muralha começa a quebrar...
Posição contrária foi defendida quinta-feira pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que afirmou que o novo estatuto "permite (...) combater violência entre alunos e professores". "
Até aqui, a infame equipa do Ministério da Educação, tinha-se mostrado bem unida nas suas "convicções", mas a muralha começa a desmoronar... Mais cedo ou mais tarde tinha que começar a acontecer! As políticas destruidoras do Ensino Público, com a complacência de altos dirigentes de PS e PSD, e com os órgãos de comunicação social extasiados com tamanha diarreia criativa, tinham até aqui sido postas a coberto da escuridão crítica, mas a fase do elogio a essa "grande" reformadora acabou! A máscara caiu, e até anteriores apoiantes, mais ou menos acérrimos, começam a sair de cena ou a tornar-se igualmente acérrimos, mas agora, na crítica! Marcelo Rebelo de Sousa já considera estes três anos ministeriais de MLR tempo perdido, e António Vitorino, já defende a suspensão da avaliação... A SIC começa a sair do torpor jornalístico que mostrava perante a "genial" MLR, e até jornais como o Diário de Notícias e Jornal de Notícias, começam a dar outra atenção ao tema Educação, e a ter uma visão mais realista e imparcial sobre o assunto!
Este desentendimento entre MLR e Valter Lemos tem muito que se lhe diga... Mostra que o barco começa a ter buracos, e aos poucos, ganha água. Por vezes, tem alguns marinheiros não assalariados, como Miguel Sousa Tavares, ou Emídio Rangel, e outros, como Albino Almeida, que tentam tapar os buracos, mas por cada um que tapam, fazem mais dois ou três, que isto de atacar constantemente os professores já começa a cansar a quem, não conhecendo a fundo toda esta situação, já vê que aqui há gato!
A juntar a estas trapalhadas (não resisti a usar esta palavra...), as escolas começam a tornar a sua voz ensurdecedora, e a bola de neve, rapidamente se irá tornar imparável, e então, sem sombra para dúvidas, esta ministra cairá!
Apenas um pequeno esquema da evolução dos apoios de MLR:
Antes:
+ governo PS
+ oposição PSD e CDS
+ comunicação social
+ pais
- professores
Agora
+ governo PS
- oposição
+/- - comunicação social
+ / - pais
- professores
sábado, 22 de março de 2008
Monteiro Valente - FECAP
"Num comunicado, a FECAP lamenta «todos os aproveitamentos políticos que este e outros casos possam suscitar, especialmente por parte de responsáveis e representantes de instituições com fins inconfessáveis».
A FECAP «denunciará todas as tentativas oportunistas de mostrar serviço por parte de quem em primeiríssimo lugar deve ter sempre presente que a complexidade dos problemas sociais em que vivemos não são resolúveis com linhas de atendimento tipo menu».
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da FECAP, Monteiro Valente, explicou que se está a referir à linha SOS Professor e aos sindicatos Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE)."
"No comunicado, a FECAP afirmou que o caso da agressão da aluna à professora «não deve ser aproveitado de forma demagógica e criadora de alarme social».
No entanto, defendeu que a «atitude da aluna e de outros jovens da turma é reprovável e deverá dar lugar a um rigoroso inquérito»"Notícia completa
Desde logo, vem-me à cabeça uma pergunta: que fins inconfessáveis são esses, que Monteiro Valente parece conhecer, ao contrário do cidadão comum?
Mais uma vez, vemos uma federação de associação de pais a querer meter a cabeça na areia, tentando desvalorizar uma situação, nas suas palavras reprovável, mas não o reprovável suficiente para haver um debate público e político sobre esta temática. Aproveitamento demagógico criador de alarme social? Mas não considera que esta e muitas outras situações semelhantes, são alarmantes? Mas estava à espera que os sindicatos de professores, repito, de professores, classe à qual esta colega de Francês pertence, ficasse calado com mais esta agressão a um membro desta classe?
«Os sindicatos sistematicamente centram o professor nas escolas, quando temos uma política onde a figura central das escolas é o aluno»?
Diga-me, onde se enquadra o debate acerca da violência sobre os professores, e a sua defesa por quem de direito, numa centralização nos professores? Não foi um professor a ser agredido? Ou acha que a agressão de um aluno a um professor não é razão suficiente para ser discutido? São muitas perguntas, não são? Pois, são o espelho de alguém que sabe que se fosse o contrário, um professor a agredir um aluno, a conversa seria outra, e aí, o debate poderia ser feito. Visto ser o contrário, e as razões sócio-culturais destas agressões apontarem os pais, que constituem a sua associação, como parte do problema, é fácil tentar desvalorizar este, e outros casos, e apontar baterias aos professores!
Vagueando por outros blogs...
As Minhas Leituras - José Luiz Sarmento
Educação do Meu Umbigo - texto de Ana Mendes da Silva
Anovis Anophelis - Francisco Trindade
sexta-feira, 21 de março de 2008
Violência escolar - razões para este e outros carolina michaelis
A violência escolar explodiu violentamente na agenda mediática com o vídeo colocado no YOUTUBE no Carolina Michaelis. De repente, aparecem todos os comentadores, meios de comunicação social, opinadores e afins a dissertar sobre os males da educação e as razões da violência escolar, principalmente, sobre professores e outros funcionários das escolas. Será este um problema novo? Não! Claro que não! Então qual a razão de apenas ocasionalmente se falar de um dos grandes dramas das escolas? Posso especular sobre várias razões: os pais, e a vontade de pensar que os seus filhos têm sempre razão e são os melhores alunos do mundo; ao ministério da educação fica sempre mal admitir estes casos, pois assim admite que a violência nas escolas não é assim tão raro e específico de algumas poucas escolas; a comunicação social, que, tirando estes casos muito mediáticos, esquece o panorama geral, que necessitaria de outro tipo de abordagem jornalística, mais aprofundada, pouco ao estilo do que se cá vai fazendo sobre os temas educativos… Razões há muitas, válidas, nenhumas! Nenhum sistema educativo vingará enquanto os seus profissionais não tiverem a autoridade moral e intelectual para exercerem a sua função.
Aqui chegamos a mais uma pergunta: qual a razão do desaparecimento dessa autoridade? Existem várias razões, de ordem sócio-cultural, mas também, ao nível das políticas educativas que de forma sistemática, têm colocado o conhecimento e o rigor em segundo lugar, garantes da autoridade intelectual do docente!
Primeiro:
A sociedade actual continua a passos largos a caminhar para uma sociedade profissional, onde a distinção entre homem e mulher esbate-se, e consequentemente, os filhos ocupam cada vez menos o tempo dos pais. E esse tempo, poucas vezes é de qualidade, visto muitos pais, por virem cansados do trabalho, não têm paciência nem particular interesse em gastar o resto do seu tempo a educar os filhos, função nem sempre agradável! A escola a tempo inteiro vem nesse sentido, de permitir aos pais, mais uma vez, que tenham mais tempo livre fora do trabalho, mas também, longe dos filhos, esses grandes maçadores… As “prendas” quase diárias, seja roupa, seja dinheiro, seja perdões de atitudes menos próprias, seja a falta de tarefas em casa, são tudo recompensas dos pais pela falta de atenção. O problema, é que dessa forma, educam os filhos a reagir e a esperar o mesmo da sociedade, e quando não o têm, reagem da pior forma: como crianças mimadas a quem lhes tirou a chupeta!
Segundo:
Nos últimos anos, a aproximação professor aluno estreitou-se. Essa nova realidade deu azo a muitas confusões… Com a recorrente desvalorização do professor, o aluno começa a confundir uma aproximação pedagógica com aproximação de autoridade dentro da sala de aula. Neste momento, muitos alunos, e não falo daqueles com graves problemas de disciplina, quando são chamados à atenção, muitas vezes não acatam, e continuam, porque não reconhecem no professor essa autoridade. A maioria dos professores vale-se da sua posição de adulto para fazer ver essa diferença, mas aquela imagem do professor, autoridade na sala de aula, não autoritário, está a desvanecer-se. Não sou contra a aproximação entre professores e alunos, pelo contrário, considero que traz muitos benefícios, mas, quando existe uma estrutura e uma mentalidade de fundo que permita cada um saber o seu lugar! Quando os próprios pais não nos reconhecem autoridade, como poderão as crianças fazê-lo?… (escrevi este segundo ponto como comentário num post do blog Educação do meu Umbigo, mas como continua a ser exactamente como queria na altura que escrevi, tomo a liberdade de o voltar a usar, agora aqui.)
Terceiro:
Quando uma ministra que tutela a Educação vem a terreiro bradar que os professores, na sua grande maioria, são incultos, incompetentes, absentistas, pouco trabalhadores, etc, como podemos esperar que muitos pais pensem o contrário? Se a maioria deles não vai às escolas, como poderão saber que isso é falso? Como não sabem, ou não querem saber, passam essa ideia para os filhos, que por sua vez, obviamente, não aceitam ordens de um qualquer badameco que se intitula professor!
Maria de Lurdes Rodrigues não pode fugir à sua responsabilidade! Achincalhou-nos, humilhou-nos, desautorizou uma classe inteira, por isso, não pode nem irá fugir às suas responsabilidades! Se não o admitir, estaremos cá nós para o lembrar e relembrar as vezes que forem necessárias! Não é a culpada mor, mas como comandante deste navio, deve assumir as responsabilidades por ter piorado a situação, em vez de se ter tornado parte da solução!
Maria de Lurdes Rodrigues - Ministra da Educação
É autora de diversos trabalhos, publicados com bastante regularidade, com especial destaque nas áreas de Sociologia das Profissões e Sociedade da Informação
* (no prelo) «O papel social dos engenheiros», em Manuel Heitor (org.) A engenharia em Portugal no Século XX, Lisboa, D. Quixote
* (no prelo) «As mulheres engenheiras em Portugal», em Ana Cardoso de Matos e Álvaro Ferreira da Silva (orgs.), Engenheiros e Engenharia em Portugal. Séculos XIX e XX, Évora, CIDEHUS/Colibri
* 2004 «Entre culture française, myte anglais et esprit allemand: genèse de l`enseignement technique au Portugal» em La formation des ingénieursen perspective. Modeles de référence et réseaux de médiation (XIXe et XXe siècles), Rennes, Presses Universitaires de Rennes
* 2004 «A utilização de computadores e da Internet pela população portuguesa», Sociologia, Problemas e Práticas, n.º 43 (co-autoria)
* 2004 «Associativismo Profissional em Portugal: entre o público e o privado» em João Freire, Associações Profissionais em Portugal, Oeiras, Celta Editora
* 2003 «A profissão de engenheiro em Portugal e os desafios colocados pelo Processo de Bolonha», em jornadas O Processo de Bolonha e as Formações em Engenharia, Universidade de Aveiro (difusão em DVD e em http://paco.ua.pt/documentos/?p=Bolonha)
* 2003 «Qualificação da população activa em Portugal 1991-2001», em Grupo Parlamentar do PS, Novas Políticas para a Competitividade, Oeiras, Celta
* 2002 «Sociedade da informação em Portugal: estratégia e acção política (2000-2001)», Anuário da Comunicação 2001-2002, Lisboa, Observatório da Comunicação
* 2002 «O crescimento do emprego qualificado em Portugal», Sociologia, Problemas e Práticas, n.º 40
* 2002 «Engenharia e sociedade: a profissão de engenheiro em Portugal», em José Maria Brandão de Brito (org.), Engenho e Obra, Lisboa, D. Quixote
* 2002 «A sociedade da informação em Portugal: metodologias de observação», em Indicadores de Ciência y Tecnologia en Iberoamerica, Agenda 2002, Argentina, RICYT
* 2001 «O metro no quotidiano de Lisboa», em Fernanda Rolo (org.), Um Metro e Uma Cidade. História do Metropolitano de Lisboa, Vol. III, Lisboa, Edição do Metropolitano de Lisboa (co-autoria)
* 2000 «Rumo a uma sociedade do conhecimento e da informação», em António Reis (org.) Portugal no Ano 2000, Círculo de Leitores e Comissariado da Expo 2000 Hannover, Lisboa (co-autoria) (texto publicado também na versão alemã da mesma obra)
* 2000 «Recursos humanos na sociedade da informação», Cadernos de Economia, Lisboa (co-autoria)
* 2000 «Ciência e tecnologia», O Economista, nº 13
* 2000 «Os portugueses perante a ciência», em Maria Eduarda Gonçalves (org.), Cultura Científica e Participação Política, Oeiras, Celta
* 1999 Os Engenheiros em Portugal, Oeiras, Celta
* 1999 «A cidade subterrânea: Lisboa e o metropolitano (1957-1997)», Inforgeo, n.º14 (co-autoria)
* 1998 «Profissões: protagonismos e estratégias», Portugal, que Modernidade?, Oeiras, Celta (co-autoria) (texto publicado também na versão inglesa da mesma obra)
* 1997«Le génie electrotechnique au Portugal», em Laurence Badel (org.), La Naissance de L´Ingénieur-Électricien. Origines et Développement des Formations Nationales Électrotechniques, Paris, Association pour L'Histoire de l'Electricité en France/PUF
* 1997 Sociologia das Profissões, Oeiras, Celta (2.ª edição 2001)
* 1996 «Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)», «Manuel Rocha», «Edgar Cardoso», «Duarte Pacheco» e «Congressos de Engenharia», em Fernando Rosas e J.M. Brandão de Brito (orgs.) Dicionário de História do Estado Novo, Lisboa, Círculo de Leitores (co-autoria)
* 1995 As Chefias Directas na Indústria, Colecção Estudos, Lisboa, IEFP (co-autoria)
* 1995 «Atitudes da população portuguesa perante o trabalho», Organizações & Trabalho, nº 14
* 1995 II Inquérito à Situação Socio-Profissional dos Diplomados em Engenharia, 1994. Relatório Global, Comité Nacional FEANI (policopiado)
* 1994 «A situação dos engenheiros em Portugal entre 1972-1991», Organizações & Trabalho, nº 10
* 1993 Sociedade, Valores Culturais e Desenvolvimento, Lisboa, Publicações D.Quixote (co-autoria)
* 1993 «Mulheres empresárias: contribuição para o estudo do trabalho feminino», Organizações & Trabalho, nº 5/6
* 1992 «Os encarregados na indústria portuguesa», Sociologia Problemas e Práticas, nº 11 (co-autoria)
* 1991 «Woman managers in Portugal»,Iberian Studies, 20 (1&2)
* 1990 Empresários e Gestores da Indústria em Portugal, Lisboa, D. Quixote (co-autoria)
* 1990 «Mulheres 'patrão'», Sociologia, Problemas e Práticas, nº 8
* 1989 «Mulheres na função empresarial», Organizações & Trabalho, n.º 1
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Apenas uma publicação com alguma relevância na educação, e mesmo assim, educação técnica... Pelo contrário, contei pelo menos umas 8 obras sobre engenheiros, outros 3 sobre uso de computadores, 3 sobre ciência e tecnologia, etc.
Conclusão: Realmente, a melhor escolha para conduzir os destinos da Educação dos nossos filhos...
quarta-feira, 19 de março de 2008
Um momento de loucura...
O ser humano tem uma característica que é ao mesmo tempo um defeito e uma virtude: a insatisfação. Em muitas áreas da nossa vida, a insatisfação leva-nos a progredir, a evoluir, e melhorar! Mas ao mesmo tempo, essa mesma insatisfação leva-nos a que muitas vezes não sejamos felizes, pois por mais que a vida melhore, queremos sempre mais!
Numa empresa, a insatisfação do seu dono leva ao seu crescimento, e por consequência, à melhoria da qualidade de vida deste, e dos funcionários. Isto se não der lugar à ganância. Aí, a melhoria da qualidade de vida do empresário é inversamente proporcional à dos funcionários! A do primeiro, aumenta, a dos segundos, infelizmente, diminui… Ganância não é empreendorismo, mas são muitas vezes confundidos, principalmente nesta era da globalização.
Na Ciência, na Educação, na Saúde, a insatisfação é, ou devia ser, o motor do seu avanço. Devemos ter sempre como meta a perfeição, mas sempre com a consciência de que essa mesma perfeição é uma meta inatingível! E não nos devemos lamentar por isso, mas sim, motivar para nos aproximarmos o possível desse objectivo.
O ser humano é uma espécie fácil, e ao mesmo tempo, difícil de gerir. Sempre devido à tal insatisfação. Se neste momento, por algum milagre, tudo o que uma sociedade exige fosse concedido, não iria tardar muito até que a insatisfação voltasse a surgir. É inerente à nossa consciência colectiva.
Por muito que qualquer governo batalhe, essa nossa característica não permite a sua permanência por muito tempo. Não há nenhum governo que seja popular por muito tempo, pois por mais que se queira, não há como agradar a gregos e troianos.
No exemplo actual, apesar de algumas boas medidas, as más, são aquelas que têm mais visibilidade. E o ser humano, como não podia deixar de ser, não está satisfeito. O grande erro de qualquer governante, é tentar governar apenas através de leis. Apenas alguns exemplos. Uma possível medida correcta e perfeitamente de acordo com a melhoria de um sector tão fundamental como a Educação, como é uma prova de ingresso na carreira docente, é transformada numa medida injusta, prepotente, e contra todos os princípios democráticos! Uma medida tão necessária como a reformulação das urgências, é transformada numa medida apenas com carácter economicista, sem quaisquer preocupações regionais!
Qual a razão destas situações acontecerem? Em poucas palavras, a falta de humildade para reconhecer erros, a prepotência contraída com o poder, e o delírio legislativo! As melhorias, os avanços, o progresso, nada disto é decretado, é posto em prática! E falta humildade dos nossos governantes, e políticos, para perceber que o que é perfeito no papel, é muitas vezes imperfeito, e até impraticável na realidade, e torna a governação num acto, que me atrevo a chamar de ditatorial!...
O governo actual prima por estes defeitos. Quer entrar na História como um governo corajoso e reformador, mas a verdade é muito diferente, e a mesma História lhe dará o seu devido valor!
Avaliação simplificada
- primeiro, esta avaliação será, no essencial, semelhante àquela que todos os anos fazia, através do relatório anual de desempenho (no caso dos professores contratados), apenas tendo como nuance a assiduidade;
- segundo, tendo em conta esta "semelhança", qual a justificação para se dizer que a nova avaliação se está a processar?
Daqui retiro três conclusões:
1 - afinal, a realização da nova avaliação neste ano lectivo é uma falácia, que apenas serve de propaganda para povo ver;
2 - o tal rigor que apregoavam ser absolutamente necessário a partir já deste ano, fica de lado, visto que esta avaliação é simplesmente uma pálida imagem da avaliação prevista na lei.;
3 - esta foi a forma de o ME não perder a face, e de alguma forma, "calar" a contestação dos professores.
O problema, é que se caímos na armadilha, a avaliação no próximo ano não mudará nada relativamente ao previsto no decreto regulamentar n.º2/2008, e aí, a posição de força que conquistámos no dia 8 de Março, desaparece, e por fim, seremos vencidos... O Ensino Público, será vencido!
A Luta tem de continuar! Por um Ensino Público de qualidade!
domingo, 16 de março de 2008
Leitura obrigatória - Entrevista a Mário Nogueira
Excelente entrevista, em que Mário Nogueira fala, de uma forma clara, das medidas que se querem impor, das propostas que defendem, da relação com o Ministério da Educação! Leitura obrigatória!
sexta-feira, 14 de março de 2008
Entrega da Petição na Assembleia da República
Na entrega estava também presente um deputado do PS, Fagundes Duarte, que admitiu alguma justiça nas nossas pretensões e mostrou abertura para a reformulação do Decreto Regulamentar n.º3/2008.
Entrega da petição na comunicação social:
RTP
Público
Portugal Diário
TVNet
SOL
quarta-feira, 12 de março de 2008
A Luta Continua - Entrega da petição contra a Prova de Ingresso
Quem puder comparecer, a vossa presença é importante!
Reenviem aos vossos contactos.
domingo, 9 de março de 2008
Marcha da Indignação
Cheguei a casa. Cansado, com os pulsos doridos de vários km a andar de muletas, só pensava em me deitar e dormir. Mas a curiosidade venceu, e lá fui eu dar uma vista de olhos na internet. Queria assegurar-me se aquilo que tinha visto e sentido em Lisboa, do Marquês de Pombal até ao Terreiro do Paço, era o que a comunicação social tinha visto também. Desta vez não houve números falsos vindos do Ministério da Educação, o número era praticamente consensual entre polícia e órgãos de comunicação social, quase 100 000 professores na rua! Este número até assusta. Tendo em conta que há perto de 170 000 professores em Portugal, entre empregados e desempregados, quer dizer que bem mais de metade deste universo juntou-se em Lisboa para dizer à ministra que não estão do lado dela, que quem a tem contestado ao longo destas últimas semanas não são apenas comunistas ou partidários de outro qualquer partido, que ela não tem a confiança para resolver o que quer que seja na Educação. Foi lindo ver um oceano de gente, com bandeiras, cartazes, tshirts alusivas, a dizer à ministra: Não a Esta Avaliação, Não à Prova de Ingresso, Não ao Modelo de Gestão, Não à sobrecarga de horário, entre outros.
instantes:
1 - O meu grupo da Grão Vasco, de Viseu, não eram muitos, mas eram bons! Parabéns aos colegas que foram, numa escola nos últimos tempos com pouca tradição na Luta, mas que começa a mudar!
2 - Atrás de mim, vinha um grupo de professores aposentados. Bem haja a esses professores que, não sendo afectados por estas políticas, têm orgulho em lutar pelos seus colegas e pela Escola Pública.
3 - Impressionante a frente do enorme grupo de vinha do Norte. Quem visse, ficava assustado: bem compactos, a ocupar toda a faixa e parte dos passeios, e ao som da música do carro à frente, todos a dançar e a cantar palavras de ordem. Espectacular! O pessoal do Norte é assim mesmo!
4 - Gostei de ver muitas pessoas a assistir à marcha e a aplaudirem-nos. Vários pais com cartazes a darem o seu apoio aos professores mereceram o aplauso da marcha!
5 - Vi a Federação de Associação de Pais de Viseu a participar na Marcha! O muito obrigado por essa demonstração de confiança em quem, na realidade, ensina os seus filhos!
sábado, 8 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
Prós e Contras
António Lobo Antunes, Prós e Contras
PS: Absolutamente lamentável a actuação raivosa e revangista da Fátima Ferreira de Campos.