"Num comunicado, a FECAP lamenta «todos os aproveitamentos políticos que este e outros casos possam suscitar, especialmente por parte de responsáveis e representantes de instituições com fins inconfessáveis».
A FECAP «denunciará todas as tentativas oportunistas de mostrar serviço por parte de quem em primeiríssimo lugar deve ter sempre presente que a complexidade dos problemas sociais em que vivemos não são resolúveis com linhas de atendimento tipo menu».
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da FECAP, Monteiro Valente, explicou que se está a referir à linha SOS Professor e aos sindicatos Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE)."
"No comunicado, a FECAP afirmou que o caso da agressão da aluna à professora «não deve ser aproveitado de forma demagógica e criadora de alarme social».
No entanto, defendeu que a «atitude da aluna e de outros jovens da turma é reprovável e deverá dar lugar a um rigoroso inquérito»"Notícia completa
Desde logo, vem-me à cabeça uma pergunta: que fins inconfessáveis são esses, que Monteiro Valente parece conhecer, ao contrário do cidadão comum?
Mais uma vez, vemos uma federação de associação de pais a querer meter a cabeça na areia, tentando desvalorizar uma situação, nas suas palavras reprovável, mas não o reprovável suficiente para haver um debate público e político sobre esta temática. Aproveitamento demagógico criador de alarme social? Mas não considera que esta e muitas outras situações semelhantes, são alarmantes? Mas estava à espera que os sindicatos de professores, repito, de professores, classe à qual esta colega de Francês pertence, ficasse calado com mais esta agressão a um membro desta classe?
«Os sindicatos sistematicamente centram o professor nas escolas, quando temos uma política onde a figura central das escolas é o aluno»?
Diga-me, onde se enquadra o debate acerca da violência sobre os professores, e a sua defesa por quem de direito, numa centralização nos professores? Não foi um professor a ser agredido? Ou acha que a agressão de um aluno a um professor não é razão suficiente para ser discutido? São muitas perguntas, não são? Pois, são o espelho de alguém que sabe que se fosse o contrário, um professor a agredir um aluno, a conversa seria outra, e aí, o debate poderia ser feito. Visto ser o contrário, e as razões sócio-culturais destas agressões apontarem os pais, que constituem a sua associação, como parte do problema, é fácil tentar desvalorizar este, e outros casos, e apontar baterias aos professores!
2 comentários:
Só gostava de saber quantos pais representam estas associações. Ainda por cima, certamente que apenas representam os pais que se interessam pela vida dos seus filhos, ignorando aqueles que desprezam a vida escolar dos seus filhos...
A grande maioria as associações de pais do país, representam uma pequeníssima minoria dos pais com filhos em idade escolar. Estas associações tornam-se portanto muitas vezes, em espaços de aproveitamento mediático! Enquanto isso, os restantes pais, estão completamente fora dessas associações, não se revendo, e muitas vezes, nem sequer sabendo, por falta de interesse, que "existem"... Ao contrário dos sindicatos, que representam a maioria dos professores, as associações de pais, apenas representam uma pequena minoria. Qual então a sua legitimidade para pôr em causa o papel dos sindicatos, quando a sua instituição maior é dependente do Ministério da Educação?
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