Neste início de ano lectivo, muito temos sido bombardeados por supostas notícias, clara propaganda do Ministério, que devido ao stress dos concursos, da adaptação a mais uma nova escola, e principalmente, devido ao carácter de falsidade e mentira de muitas dessas "boas novas", me escusei a comentá-las, e até, para protecção da minha sanidade mental, tentei nem sequer nelas pensar. Entre o sucesso histórico propagandeado por MLR, entre o amor à escola pública do PM (com os seus dois filhos numa escola privada de elite), entre as baboseiras graxistas de Albino A., com o Magalhães a mudar o paradigma da aprendizagem (...), e a tremenda ignorância dos jornalistas que veiculam estas informações sem qualquer tipo de contraditório, e ainda, a falta de credibilidade e de estratégia global dos nossos sindicatos para desmontar todas estas mentiras e informações erróneas, fico sem qualquer vontade, pela revolta que sinto, de fazer o que quer que seja. Pode parecer um paradoxo, ficar revoltado e nada me apatecer fazer. Mas se isto acontece, é porque apesar de ter havido uma união nunca vista em Portugal na nossa classe, e dificilmente, se verá algo igual noutro local do mundo, apesar dos 100 000 na rua, sinto-me traído por quem supostamente nos deveria defender. Como professor, sinto-me entre a espada e a parede. E se me viro para o ME, sinto revolta, ao virar-me para os nossos sindicatos, infelizmente, sinto o mesmo...
Tudo isto, para falar de uma notícia, que apesar de ser mais do mesmo, me tirou de um certo marasmo onde já começava a adormecer. Então agora a MLR quer 100% de aprovações no final do ensino básico? Não é que eu não o queira também. Obviamente que quero que TODOS os alunos alcancem sucesso escolar. No entanto, não é isso que aqui está em jogo. O que realmente ela quer dizer, é que QUER que todos passem, independentemente da maneira e da preparação que tenham. Porque sejamos honestos. Num mundo desigual e imperfeito, querer que todos obtenham o MESMO sucesso é utópico. Já o comunismo era perfeito, e por isso mesmo, utópico... E querer o utópico, é trabalhar para o fracasso! E claro, MLR não quer que todos sejam preparados com rigor e exigência. Apenas quer que todos sejam aprovados. Para MLR, em todas as entrevistas que dá, apenas fala da responsabilidade do Estado em permitir a cada jovem a escolaridade obrigatória. Mas falar em serem preparados com rigor e exigência para a sociedade e o mundo, isso é que não! Porque MLR sabe que se assim for, não terá a estatística que procura. E a estatística é a forma oficial para se dizer uma mentira!
Greve ao serviço extraordinário
Há 3 anos
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