domingo, 10 de janeiro de 2010

Opinião de Ramiro Marques sobre o acordo

Defendi aqui que o acordo não é bom, mas foi o possível face aos tempos em que vivemos. É apenas razoável, sendo ainda assim, razoável. Nas minhas leituras diárias, deparei-me com este post de Ramiro Marques a explicar de forma sucinta a razão deste acordo ser favorável aos professores, post com o qual concordo quase na totalidade. Deixo aqui então o link ao post de Ramiro.

Por que razão o acordo é favorável aos professores?

Que belo dia de neve!


sábado, 9 de janeiro de 2010

Deixem-me rir!

Sócrates nomeia Maria de Lurdes Rodrigues para presidente da FLAD

A antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, foi nomeada por José Sócrates para suceder a Rui Machete à frente da Fundação Luso-Americana (FLAD).


A solidariedade ainda é uma coisa muito bonita, e depois de quatro anos a aturar os malandros dos professores e a lutar contra moinhos de ventos, finalmente chega a recompensa prometida. Digamos que é também a recompensa devida pois alcançou boa parte dos objectivos pretendidos, que foi reduzir a despesa mensal com os professores e subir os indíces de sucesso na escola (a maneira não interessa para o caso). Longa vida a MLR!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Prova de Ingresso - a revogação parcial

Finalmente, a prova de ingresso, nos moldes em que foi concebida, desapareceu. É apenas uma acto de justiça esta medida, visto que, por muitas razões, esta prova era tão infame quanto injusta, para não falar de desnecessária.

Desta forma, a prova de ingresso será apenas para todos os professores que ainda não começaram a leccionar, estando todos aqueles que já leccionaram e obtiveram uma avaliação mínima de BOM livres da prova. Assim, e apesar da vitória, esta acaba por não ser total, visto que os pressupostos da prova continuam a ser alguns que contestámos. No entanto, é apenas justo para todos aqueles professores com tempo de serviço, que serviram até hoje para o sistema educativo, e que era agora, posta em causa a sua competência, conhecimentos e aptidão para a profissão.

Deixo aqui apenas um aparte, que provavelmente alguns não gostarão de ouvir. Parte da culpa da vitória não ser total, é dos interessados: nem por uma vez se ouviu reacções de professores em formação ou das entidades formadoras. Assim, viram as suas reivincadações satisfeitas quem lutou por elas. Infelizmente, a inacção levou a este desfecho.


Saúdo todos os obreiros da luta contra a prova de ingresso, poucos mas bons!

Acordo de príncipios para a revisão do ECD e do modelo de avaliação de desempenho

Para ler a proposta, clique aqui.

Acordo... possível.

Afinal, houve mesmo acordo. Há dois dias atrás, após declarações infelizes, para não dizer graves, de Isabel Alçada, esse acordo parecia muito longe. No entanto, e depois de uma maratona de 14 horas, viu-se uma luz ao fundo do túnel e o ECD começa a parecer mais aceitável. Apenas isso. Clamar vitória não me apetece, mas houve recuos do governo e houve melhorias relativamente às ideias anteriores.


- Todos os professores com Bom podem aceder ao topo da carreira.

- Deixa de haver constrangimentos no acesso ao 3º escalão.

- Nas vagas para o 5º e 7º escalões não serão contabilizados os professores com Muito Bom e Excelente.

- Para aceder ao 3º e 5º escalão é necessária uma avaliação com observação de aulas.

- Os professores que já tenham leccionado e com pelo menos uma avaliação mínimo do Bom deixam de ser obrigados a realizar a prova de ingresso.


Já estão marcadas novas rondas de negociação para limar alguns aspectos, e tratar de novos assuntos, tais como a carga horária, regime de trabalho, faltas, aposentação, entre outros. Li ainda algures que no próximo ano haverá novo concurso nacional para todos os professores (carece de confirmação).

Maratona negocial: quem irá ganhar?

Para já, as últimas notícias dão alguma esperança de um acordo, pois se as negociações já vão com mais de 12 horas é porque há diálogo, o que por si só já é um bom sinal.

Dizem que a prova de ingresso, pelo menos nos moldes em que se encontrava, cairá.

Dizem que os constragimentos nos 3º escalão desaparecerão.

Basta haver uma solução para os professores "bons" no 5º e 7º escalão para que haja um acordo possível entre ME e sindicatos.

Esperemos...


No entanto, deixo aqui um desejo. Que um possível acordo seja o princípio e não o fim...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Definitivamente, não gosto de Isabel Alçada!

Para explicar aos jornalistas porque não aceita a exigência de garantir o topo da carreira a quem tenha essa classificação, a ministra contou que no ciclo avaliativo que acabou a 31 de Dezembro (ver caixa) 83% dos professores tiveram "bom".

Percentagem que atribuiu à "tradição da atribuição desta nota aos docentes por parte de quem avalia". Uma ideia que reforçou com a revelação de que "houve menos de 0,5% de classificações com a nota regular ou insuficiente".


É tradição os professores darem bons entre si?

As declarações, graves, de Isabel Alçada, porque implicam a acusação de um lobbi entre professores na altura da avaliação, não podem ser aceites de ânimo leve! Noutras profissões, certamente implicaria uma reacção mais forte e mais abrangente, não se limitando aos sindicatos, mas nós, professores, estamos tão habituados a levar pancada de todos os lados, que até deixamos passar declarações tão destrutivas para a nossa credibilidade como estas!

Isabel Alçada começou simpática, e o pessoal deixou-se levar, e agora, já vai na mesma onda de Sócrates e a antiga senhora, manipulando a informação, falsificando os dados, e interpretando de forma abusiva, de maneira a colocar a opinião pública contra nós.



Uma última pergunta, agora, para quem não é professor e está a ler este texto: será que a razão de haver tantos bons não será simplesmente porque a maioria dos professores faz o seu trabalho?