terça-feira, 29 de abril de 2008

Relembrando 8 de Março

Penso que, apesar da proximidade temporal com esse momento histórico que foram 100000 professores na rua, já há muita gente a necessitar de relembrar essa data...

Este poema foi-me enviado por mail, não tendo sido identificado o autor. Felicito-o por me ter visto no meio de tão grande confusão (o tal gajo de muletas lol)!


"Eu ontem vi tanta coisa bonita…

Vi professoras grávidas de 7 meses;
Eu vi gritarem tantas vezes…

Vi professores com 39ºC de febre;
Eu vi gente a impedir que a corrente quebre.

Vi gente do sul, norte e centro;
Eu vi um mar de gente adentro!

Vi um professor a andar de muletas;
Eu vi os testemunhos de uma prova de estafetas.

Vi gente que já não via desde a faculdade…
Eu vi gente de toda a idade!

Vi conhecidos e amigos;
Vi abraços e sorrisos;
Vi tristezas e indignações;
Vi as lágrimas e as emoções;
Vi gritarem e fazerem silêncio:
Eu vi a coordenação e o consenso!

Vi as palmas da população:
Eu vi a sua compreensão!

Vi a beleza de uma multidão;
Eu vi a força da união!

E, no final, vi a ministra dizer,
Que fossem mil ou cem mil, não iria ceder...
E por isso, e tem tudo a ver,
Cara ministra: - O maior cego é o que não quer ver!

É… eu ontem vi tanta coisa bonita…"

domingo, 27 de abril de 2008

Ordem dos Professores

Associação Nacional de Professores retoma a ideia de criar um código ético e deontológico que regule a profissão. A constituição de uma ordem é bem-vinda, embora com algumas reticências.

Primeiro ponto, uma ordem de professores já é pensada há muito, não é algo novo. No entanto, nunca se concretizou, por várias razões: primeiro, não somos trabalhadores liberais, segundo, há muitos interesses à volta dos sindicatos que seriam prejudicados com a criação de uma ordem dos professores, e por fim, devido à partidarização e balcanização (termo muito em voga agora, mas de muitas maneiras, representativo do fenómeno) dos professores.

Porquê uma ordem dos professores? Será que necessitamos dela para toda a classe docente se unir? Ou será necessária uma união poucas vezes vista para se criar essa ordem? Será que os professores, na sua generalidade, não seguem um código de ética e de profissionalismo no trabalho tendo em conta de que fazem parte de um ministério com regras bem definidas para cada função? Uma ordem vem regular a actividade de um determinado ofício, de forma a que as regras sejam iguais para todos. Não temos já isso? Já, mas essas regras foram definidas, não por professores, mas por governantes reféns de exigências eleitorais e economicistas. Agora, se me dissessem que deveria haver uma reformulação nessas regras, e que a definição do exercício docente deveria ser feito por uma entidade independente formada por professores e que representassem todos os professores, aí já seria outra história.
Professores a regular o exercício da profissão docente, seria, antes de mais, um desafio, mas seria principalmente, um passo fundamental para o regresso aos princípios básicos do que realmente é a nossa profissão, ensinar. Mas agora, mais um senão: permitirá o Ministério da Educação isto? Dar-nos-á essa confiança, liberdade e poder? Não... Olhando para a relação ME - Professores nos últimos anos (largos anos), claro que não!

Necessitamos então de uma ordem para quê? Se os professores se unirem a uma só voz, e digo se, pois até hoje, poucas vezes, pouquíssimas, isso aconteceu, mas se se unirem, poderíamos finalmente acabar com a justificação ministerial usada de que os sindicatos não representam a maioria dos professores. Tendo uma ordem onde todos os professores estivessem integrados, seríamos ouvidos, coisa que agora apenas acontece quando juntamos 100000 pessoas na rua... Quanto à independência política, certamente se daria um passo, grande, nesse sentido. No entanto, a independência política é uma quimera que nunca se atingirá. Por fim, talvez com uma ordem, o nosso prestígio, ultrajantemente abalado por políticos sem escrúpulos, estaria mais defendido.

Resumindo, para os professores criarem uma ordem seriam necessárias três coisas: união de todos os professores, colaboração dos sindicatos e aceitação do Ministério da Educação, sendo esta última muito dependente da primeira. Se existir a convergência destas três partes, a ordem é possível. Mas, da minha parte, apenas digo o seguinte: apenas concordarei com uma ordem se não houver qualquer tipo de ingerência por parte do ME.

Acham isto possível? Hmmm... Boa pergunta com uma resposta nada simples, mas facilmente constatável! Tirem as vossas conclusões.

sábado, 26 de abril de 2008

Politicamente correcto ou a cobardia política

Há umas semanas atrás ocorreu um episódio, ou conjunto de episódios, que demonstram bem o estado geral da Democracia em Portugal. Infelizmente, penso que pouca gente deu a real importância a este acontecimento. Estou a falar da visita de Cavaco Silva, Presidente da República, à Madeira. Relembrando os factos: Cavaco Silva, como Chefe de Estado, não teve direito a sessão solene por parte da Assembleia Legislativa da Madeira, o órgão máximo de soberania regional, com a justificação do presidente do governo regional, Alberto João Jardim, de que os partidos nela representados são "um bando de loucos".
Em Portugal existe uma coisa que se chama democracia representativa, na qual o “povo” elege os seus representantes através de eleições, representantes esses que decidem em nome daqueles que os elegeram. Uma democracia representativa, por definição, representa a pluralidade de opiniões e interesses da maioria dos cidadãos. Claro que depois de eleitos, muitos dos políticos, esquecem-se daqueles que representam, falseando todo o sistema, e tornando o termo democracia representativa numa falácia! Mas isso é tema para outro dia.
Voltando à democracia representativa existente e placidamente aceite, esta representa numa assembleia legislativa, a totalidade do “povo”. Ora, Alberto João Jardim, presidente de um governo regional, constantemente insulta, desvaloriza, muitas vezes até, constrange a liberdade democrática de partidos políticos opositores representados na Assembleia Legislativa da Madeira, logo, está a fazer exactamente o mesmo a quem eles representam. Num país que se diz democrático, esta condição madeirense é vergonhosa e indecorosa. Mas nada disto é novo! O que é novidade é um Presidente da República ter aceitado colocar-se numa posição de ir à Madeira e olhar para o lado e assobiar como se não fosse nada com ele… Mas é! E muito! Ele é o representante máximo da nossa República! Cavaco Silva tem responsabilidades na exigência da manutenção da democracia, responsabilidades essas que descartou em nome de um passeio sossegado pela linda ilha da Madeira.
Noutros tempos, em tempos mais honrados, teria sido o suficiente para pedirem a sua demissão… Cavaco Silva optou pelo “politicamente correcto”, mas eu digo que não, foi mesmo politicamente incorrecto, e pior que isso, foi cobarde e atraiçoou um país inteiro!

O “politicamente correcto” sr. Cavaco Silva, é a linguagem daqueles que têm medo de se afirmar e de afirmar as suas ideias. Como Presidente da República Portuguesa, não deveria ficar amedrontado por defender o conceito que está por trás da República que representa.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Poucos mas bons!

Não eram muitos, principalmente se compararmos com a última manifestação, mas os 200 que apareceram no Rossio, em Viseu, foram os que bastaram para mostrar que o entendimento entre a plataforma sindical e o Ministério da Educação não é, nem de perto, nem de longe, o suficiente para parar a luta.

Mais uma vez, a prova de ingresso ficou de fora das palavras dos sindicalistas...

quinta-feira, 10 de abril de 2008



A vida por vezes não tem qualquer sentido...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ainda sobre as declarações de Valter Lemos... (parte 2)

Escolhi algumas frases da notícia do JPN, sobre a violência escolar aquando da sua ida ao 9º fórum do Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEPC).

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Parte II

“João Alvarenga, presidente da AEEPC, disse (…) que o ensino privado “presta serviços de utilidade pública, oferecendo liberdade de opção”. O presidente da AEEPC afirmou, ainda, que “é necessário tornar gratuita a escolaridade obrigatória, dando as mesmas oportunidades a todos”, quer do lado do ensino público, quer do particular.

Valter Lemos afirmou que o Estado está a construir um sistema que se pretende que seja “para todos e num curto espaço de tempo”. O secretário de Estado fez uma breve referência à questão da avaliação dos professores, prática que já existe em muitas escolas privadas, o que servirá para “compatibilizar práticas entre públicos e privados, para que haja uma interacção”, acrescentando que o ensino privado tem obtido resultados “superiores” ao ensino estatal.

À questão da possibilidade efectiva de um ensino privado gratuito para todos, João Alvarenga respondeu de forma afirmativa. “50% do ensino privado já é gratuito”, disse, e explica a solução. “Bastava que o Estado comparticipasse os impostos para o estabelecimento de ensino escolhido pelo estudante”, acrescentando que “é obrigação do Estado comparticipar a educação dos alunos”, independentemente da escola que frequenta.”

Vão-se preparando, a privatização do ensino vem aí… O governo esfrega as mãos com essa possibilidade, como se compreende, visto que os encargos com escolas, professores e funcionários diminuirá a olhos vistos! Já agora, mais uma vez a comparação inaceitável dos resultados a nível público e a nível privado. Condições desiguais, “matéria humana” desigual, contextos sócio-económicos desiguais, direitos e deveres desiguais… Isto daria pano para mangas, mas apenas ressalvo como uma vez mais, vemos um elemento do ME a cair num discurso demagógico, e a mais uma vez, desacreditar a Escola Pública! Talvez VL se estivesse a referir a si próprio…

Ainda sobre as declarações de Valter Lemos... (parte 1)

Escolhi algumas frases da notícia do JPN, sobre a violência escolar aquando da sua ida ao 9º fórum do Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEPC).

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Parte I

“A escola pública cumpriu uma das mais importantes missões da democratização do ensino do país e é muito lamentável que se possa desenrolar uma campanha de desacreditação da escola pública e da sua missão junto de uma sociedade que precisa da escola como de pão para a boca”, afirmou Valter Lemos, sem, no entanto, responder à questão de quem estaria por trás da referida campanha.”

Esta frase é enigmática, mas nem tanto assim… Há quem veja nisto uma crítica a MLR, preparando um golpe palaciano, que o leve a Ministro da Educação. Eu não concordo, e pelo simples facto de provavelmente VL saber perfeitamente que não tem condições para assumir esse cargo. Os professores têm em VL alguém tão mau ou pior que MLR a comandar o ME. Na minha opinião, esta frase serve apenas para se vitimizarem, colocando o ónus dessa tarefa, a da desacreditação, em alguns jornalistas e sindicalistas… Obviamente, confunde apenas os mais incautos e alheados do assunto. O mérito da desacreditação dos professores é inteiramente de Valter Lemos, Maria de Lurdes Rodrigues e Companhia…

“O secretário de Estado abordou, também, os recentes comentários do presidente do Conselho de Escolas, Álvaro Almeida Santos, que classificou como “clima de histeria” a abordagem que se tem feito aos casos de violência escolar.

Valter Lemos considera “preocupante” que existam casos de violência nas escolas, como o recente episódio ocorrido na escola Carolina Michaelis, mas considera que tem havido “algum exagero, nomeadamente passando a imagem de que as escolas são sítios onde não se pode viver e isso é falso”, afirmou.”

Exagero senhor Secretário de Estado? Exagero é o senhor dizer que conhece a situação das escolas portuguesas quando há mais de 20 anos não lá põe os pés… Quando diz, com MLR, que os casos de violência nas escolas são esporádicos, e apenas específicos de algumas escolas, baseando-se em dados estatísticos que todos sabem ser altamente superficiais, apenas demonstra não conhecer a realidade da maioria das escolas. Pode-me dizer que se assim realmente é, é porque os professores não denunciam esses casos. E é verdade! Mas também é verdade que muitas vezes denunciam, e há pressões vindas de muitos quadrantes dentro e fora da escola para que esses casos sejam esquecidos! Agora, vai-me dizer que não sabe de nada? Se não sabe, devo dizer que faz mal o seu trabalho! Mas devo acrescentar algo, muitas vezes esquecido. E a violência menos grave mas mais prolongada? Aquela que não existe um facto grave violento, mas que acontece diariamente? E essa? Como é contabilizada? Eu posso aqui lembrar um estudo feito há relativamente pouco tempo, que dava a classe docente como a classe com maior desgaste em Portugal.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

O que custou a liberdade...

Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade


Rui Monteiro


Penso que muita gente precisa de ser lembrada o que custou a nossa liberdade... Eu sei que esta canção é sobre os meninos de Huambo, mas serve perfeitamente para nós portugueses. As liberdades, subtilmente, estão a perder-se! Os políticos esquecem-se que o mesmo povo que serve para pagar impostos, mas que atrapalha quando falamos em dinheiro para a saúde, para a educação, para a assistência social, foi o mesmo povo que deu apoio à revolta que nos devolveu a liberdade! É o mesmo povo que eles juraram perante a bandeira defender e para eles trabalhar. Estamos a ser postos de parte e a servir de carne para canhão para interesses económicos superiores que invadiram e conquistaram as estruturas de poder! A imoralidade de muitos políticos fazem corar de vergonha os nossos ancestrais, e os verdadeiros ideólogos políticos. A revolução de Abril está a ser pervertida pelos actuais pseudo-governantes! Deviam ter vergonha...

domingo, 6 de abril de 2008

Rir ou levar a sério? Eis a questão.

"A ministra da Educação desmente que alguma escola tenha pedido a suspensão do processo de avaliação dos professores. Maria de Lurdes Rodrigues admitiu que há problemas em algumas escolas, mas reiterou que o processo é para continuar."

“Não há nenhuma escola que tenha pedido a suspensão”, afirmou. “O que se passa é que há manifestação de preocupação, de um desejo de não concretização da avaliação por parte dos professores”, mas sublinha que isso “não pode ser confundido com a posição da escola”.

“Nenhum conselho executivo de qualquer escola pediu a suspensão da avaliação. O que as escolas pedem a Ministério da Educação é apoio para os diferentes modelos de avaliação que estão a tentar adoptar e concretizar em função dos seus recursos”, acrescentou.

No entanto, Maria de Lurdes Rodrigues reconhece que há escolas com “dificuldades na concretização da avaliação”, mas sublinhou que “o processo está a avançar em todos os estabelecimentos de ensino, embora com ritmos e condições diferentes”.

“O que é preciso é cumprir os que está estabelecidos nos regulamentos e é isso que as escolas estão a fazer. A posição das escolas é fazer a avaliação, ultrapassando os problemas que têm, e que são muitos”, acrescentou.

Para a ministra da Educação a suspensão é “uma solução que não está disponível, porque redundaria em prejuízo para os professores, que assim ficariam impedidos de progredir na carreira”.

in RTP


Esta intervenção de MLR tem tanto de insano, como de perigoso e provocador!

Começando pela intenção de querer convencer que tantas tomadas de posições de maiorias de professores e Conselhos Pedagógicos de várias, imensas, escolas, não existiram. Tirando aqueles que têm umas palas à frente dos olhos e os completamente alheados do assunto, os restantes devem-se ter rido a bom rir com esta afirmação! MLR faz-me lembrar aquele célebre general iraquiano, que mesmo quando tudo estava perdido, continuava a dizer para a comunicação social que os EUA estavam prestes a ser derrotados! Agora, ou é pura insanidade da ministra, ou pensa que dizer a mesma mentira vezes e vezes sem conta é o suficiente para a tornar verdade...

Quanto à última frase, já a acho mais pensada e mais calculista! É uma ameaça, pura e dura! Mas, e se esta avaliação fosse suspensa este ano lectivo? Porque não poderiam os professores progredir na carreira? O que impediria o ME de autorizar que os professores fossem avaliados pelo modelo anterior? Pois, esqueci-me: isso é impossível, já que teriam de admitir que afinal existia uma avaliação, ao contrário do que têm alardeado!...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Concurso

Recupero uma imagem que "postei" há dois anos noutro blog. Agora, como antes, é bastante elucidativa da sensação com que entramos em mais este concurso...

Concursos 2008 / 2009

Email recebido da DGRHE

Caro candidato,

A DGRHE tem o prazer de o informar que o concurso de contratação para o ano escolar 2008/2009, decorrerá de 8 a 21 de Abril.

A partir de amanhã, dia 4 de Abril, deve consultar a página da DGRHE www.dgrhe.min-edu.pt, onde estará disponível:

1 Uma aplicação informática - "CONCURSÁRIO" para aferir a sua situação concursal para o ano escolar 2008/2009.

O «Concursário» reflecte os dados pessoais dos candidatos, bem como, a situação dos candidatos admitidos às diferentes fases dos concursos, nos anos escolares 2006/2007 e/ou 2007/2008, e poderá conter informação para o concurso de 2008/2009.

2 Nota informativa - Concursário - para esclarecimentos necessários sobre o acesso a esta aplicação e como contactar a DGRHE, em caso de necessidade (anexo).

3 Manual Interactivo de Candidatura, o qual lhe permitirá um prévio conhecimento da aplicação informática, Candidatura de Contratação, bem como formas de preenchimento dos respectivos campos, de modo a facilitar a realização da candidatura com sucesso.

4 Aviso de Abertura dos concursos que será publicado em Diário da República, no dia 7 de Abril (anexo).

Também se anexa para sua informação esclarecimentos sobre renovação de colocações em regime de contratação, ver NOTA.


DGRHE - Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação
DSRPD - Direcção de Serviços de Recrutamento de Pessoal Docente


Lisboa, 3 de Abril de 2008






Nota Renovação de Contratos





quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pérolas do Eduquês ou o delírio legislativo

Santana Castilho é daqueles opinion makers que não vai na onda da agenda mediática. Ele é professor e como tal, sentindo que o Ensino Público está a ser conscientemente atacado, ou estupidamente destruído, não perde o seu tempo, e o seu espaço de antena, com os temas do dia, ou da semana! Ele fala da Educação e mostra-se um defensor por excelência da classe docente e de uma Escola Pública de qualidade e realista!

Vem este texto no seguimento do último artigo de Santana Castilho em que ele, para demonstrar como o delírio legislativo, essa praga que destrói tanto professores como alunos, esse instrumento do eduquês, consegue, com bastante facilidade, entranhar-se no sistema público educativo, e subverter todo o conceito de Ensino. No seu artigo, mostra-nos duas pérolas do eduquês como a entrevista de Carlos Zorrinho ou a Lei nº 23/2006 que se refere ao Associativismo Jovem.

No primeiro, Carlos Zorrinho, em entrevista à "Acção Socialista" diz apenas o seguinte: “A vida é hoje cada vez mais multifuncional. Ao mesmo tempo vemos televisão, lemos, escrevemos, jogamos e falamos! É isso que os jovens estudantes fazem quando estudam com a música alta, o computador ligado e o telemóvel pronto a trocar mensagens. É assim que aprendem e é nesse ambiente que vão ter que viver e criar valor. E a escola? A escola é cada vez mais isso nos intervalos, nas actividades lúdicas e complementares, mas não tem ainda condições para ser isso nos períodos formais de aulas.” Para não haver dúvidas, Carlos Zorrinho é o coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico. Claro que além disso, foi também Dirigente Nacional do PS e vice-presidente do grupo parlamentar do PS. Será que estas “corajosas reformas”, como Zorrinho apelida às medidas do ME, se viessem de outro partido, teria a mesma solidariedade e entusiasmo como estas têm? Será que continuaria a defender a aprendizagem no meio de “música alta, computador ligado e o telemóvel pronto a trocar mensagens”? É mesmo isto que ele quer nas escolas? Espero que não, que seja mesmo solidariedade partidária. Porque se for mesmo isso que ele quer, fico imensamente desiludido por ter alguém tão irrealista como coordenador nacional de um projecto bastante importante!


Quanto à lei que regulamenta o associativismo jovem, esta permite que todos os alunos do ensino básico e secundário possam agrupar-se em associações de estudantes, tendo direito a um conjunto de benefícios e de direitos, que dificilmente poderemos ver nas mãos de crianças de 6 anos… De acordo com a Lei nº23/2006, estes têm direito a apoio financeiro, técnico, formativo e logístico, direito de antena, isenções e benefícios fiscais, têm direito a participar na elaboração na elaboração da legislação sobre o ensino (dentro deste, em vários âmbitos: a) Definição, planeamento e financiamento do sistema educativo; b) Gestão das escolas; c) Acesso ao ensino superior; d) Acção social escolar; e) Plano de estudos, reestruturação e criação de novos agrupamentos e áreas curriculares ou disciplinas) e ainda têm de ser consultados quanto às seguintes matérias: a) Projecto educativo da escola; b) Regulamentos internos; c) Planos de actividades e orçamento; d) Projectos de combate ao insucesso escolar; e) Avaliação; f) Acção social escolar; g) Organização de actividades de complemento curricular e do desporto escolar. Para terminar, ainda alguns deveres das associações de estudantes: a) Manter uma organização contabilística; b) Elaborar relatórios de contas e de actividades, nos termos previstos na presente lei e respectivos diplomas regulamentares; c) Publicitar e identificar os apoios financeiros concedidos pelo IPJ.

Obviamente não sou contra uma maior participação cívica e associativa dos estudantes portugueses. Tenho pena é que a “moranguização” dos nossos jovens já comecem a tornar eleições para a associação de estudantes em raves e concursos de popularidade… Mas isso é um assunto para outro dia. Sou a favor de regras para o associativismo jovem, com direitos e deveres bem definidos. Contudo, fazer as mesmas regras, os mesmos direitos e os mesmos deveres para todo o ensino básico e secundário é perfeitamente ilógico, para não chamar de estúpido! O ensino básico inicia-se no primeiro ano da antiga primária, ou seja, com miúdos de 6 anos. Poderemos pensar que um miúdo de 6 anos tem a capacidade e o nível de desenvolvimento para cumprir os preceitos acima indicados? Poderemos comparar um miúdo de 6, 7, 8… anos com jovens de 15, 16, 17 ou 18? Este é apenas mais um exemplo de uma lei delirante, não no seu conteúdo, mas sim na sua abrangência! Já agora, para tornar isto mais interessante, vamos permitir o direito ao voto a cidadãos maiores que 6 anos! Se estas crianças têm capacidade para fazer cumprir esta lei, então desculpem-me lá, mas, também o têm para votar!

Lei nº23/2006

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Concursos 2008 / 2009

Retirado do site da FNE - ver aqui

:: Docentes com habilitação própria
Estes docentes poderão candidatar-se ao concurso 2008/09 tendo assim, a possibilidade de, reunindo o requisito temporal previsto no Despacho nº 7718/07, aceder à profissionalização.

:: Concurso 2008/09
O Aviso de Abertura será, em princípio, publicado no próximo dia 7 de Abril.

Se esta data se cumprir serão estabelecidos os seguintes calendários:

Prazo de candidatura: 10 dias úteis (até às 18h00 do último dia).

:: Contratação

- Candidatura

- Validação

- Aperfeiçoamento

- Validação

- Publicitação listas provisórias

- Reclamação

- Validação da reclamação

- Manifestação de preferências/contratação e finalistas

Prazo

08 a 21/04

22/04 a 06/05

07 a 09/05

12 e 13/05

16/05

19 a 26/05

27 a 29/05

14 a 18/07

:: Manutenção do DCE/DD

- Disponibilidade de aplicação relatório médico

- Publicitação listas definitivas

Prazo

14/04 a 30/05

10/07

:: Destacamento por doença
(novos casos)

- Disponibilidade aplicação relatório médico

- Candidatura

- Validação

- Publicitação de listas

Prazo
.

23/06 a 25/07

21 a 25/07

28 a 30/07

01/09

:: Afectação

- Indicação componente lectiva (escolas)

- Candidatura

- Validação

- Aperfeiçoamento

- Validação aperfeiçoamento

- Publicitação listas provisórias

- Reclamação

- Validação reclamação

- Publicitação listas definitivas

Prazo

01 a 18/07

14 a 18/07

21 a 23/07

24 a 25/07

28/07

31/07

01 a 07/08

08 a 12/08

29/08

:: Finalistas

- Validação

- Publicitação listas definitivas

Prazo

21 a 23/07

01/09

:: DACL

- Candidatura

- Publicitação listas definitivas

Prazo

01 a 07/08

29/08



PS - sujeito a confirmação no aviso de abertura