terça-feira, 23 de novembro de 2010

Extinção das DRE's

A Fenprof defende a extinção das direcções regionais de Educação, por considerar que estes organismos só servem para complicar a vida às escolas e fazer despesa, sem dar resposta «para nada».


Pois, até concordo, mas... e para onde vão os professores que lá estão? Ocupar lugares de contratados. Ah pois é!

E já agora, e que tal também extinguirem a maioria dos sindicatos? E que tal um sindicato único, ou melhor, muito melhor, uma ordem profissional?


Falando mais a sério, as DRE's têm a sua função, mas a incoerência entre a actuação de cada direcção, mais os pequenos feudos ditatoriais nos quais alguns deles estão transformados (vide e lembrem-se de Margarida M), tornam estas direcções anacrónicas e muitas vezes, potenciadoras de confusão em vez do contrário.

Greve geral - 24 Novembro



Eu faço. E tu?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Hora de mudar de vida...

O que vem aí não é bonito. Como se costuma dizer noutros sítios, é crueldade desnecessária... Está na hora de cortar, e, não surpreendentemente, nós (professores e contratados) somos dos mais penalizados. Again...

As medidas previstas são as seguintes:



- fim do Estudo Acompanhado e da Área de Projecto (só no 2º ciclo, isso significa 10horas por turma que desaparecem)

- obrigatoriedade dos professores bibliotecários leccionarem pelo menos uma turma (pelo menos mais 2/3/4 horas por escola que desaparecem)

- redução do número de horas de assessoria às direcções escolares

- todos os cargos passam para a componente não-lectiva, incluindo cargo de Director de Turma (22 horas efectivas para todos os professores)

- acabam as reduções de horário por antiguidade, mesmo para os professores que já as têm

- diminuição do crédito de horas das escolas

- ...




Algumas destas medidas estão praticamente oficializadas, outras estão a ser tratadas às escondidas, mas o resultado está bem à vista: o aumento brutal de desemprego nos professores contratados.

A maioria dos professores estão anestesiados, e espero que não acordem da pior maneira...




Make no mistake, hell is coming!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Finalmente as listas provisórias

Podem consultar as listas provisórias de graduação dos contratados aqui, e as listas provisórias de graduação de Destacamento por condições específicas aqui. Infelizmente o ME continua a tentar levar a avante de incluir nos critérios de graduação uma avaliação que o próprio ME deixou cair por ser injusto e com erros. Mais uma daquelas incoerências tão ao gosto dos nossos governantes, que conseguem sempre apresentar argumentos para o branco e simultaneamente, para o preto!...


De realçar que também podem encontrar na página da DGRHE o novo ECD e o novo Decreto que regulamenta a avaliação docente.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Realmente qualquer coisa de especial estava para acontecer...

Bem o Domingos Paciência dizia, que qualquer coisa de especial estava para acontecer... Pois claro, e se não fossem certas decisões abonatórias de um Braga melhor que Porto e Sporting, já essa coisa especial tinha acontecido há bem mais tempo, mas vá lá, uma recompensa pelo bom campeonato.

De resto, finalmente, contra tudo e contra todos, O Benfica sagrou-se campeão! Realmente qualquer coisa de especial estava para acontecer! :-)





E agora, depois de uma noite a festejar no Rossio de Viseu, as aulinhas esperam-me!

sábado, 8 de maio de 2010

Vitória ?

Na sequência da providência cautelar interposta pela Fenprof ao ME, foi decretada a sentença, provisória, é preciso não esquecer, que impõe ao ME a retirada do concurso dos efeitos da avaliação na graduação. É uma vitória? Provisória, mas sim. Sinceramente, já não me lembro da última vez que o ME cumpriu a lei neste tipo de situações. Mas é uma vitória da Fenprof, e uma derrota do ME, e principalmente, de José Sócrates. Vamos agora esperar que o recurso confirme a vitória, mas honestamente, tenho que dizer que tenho dúvidas que se mantenha. Mas mesmo com as dúvidas, a esperança resiste, e para já, isso já não é mau.

Não se percebe bem por onde é que Sócrates quer ir com tudo isto, até porque, de certa maneira, é politicamente contraproducente. Numa altura em que o PSD sobe nas sondagens, tendo até já ultrapassado o PS, estando em maioria relativa (que para já, ao contrário do que se pensaria, ainda não nos serviu de nada, tendo em conta os recuos do PSD), atacar novamente os professores, numa altura em que, apesar das críticas e da insatisfação pelo acordo, começava a haver alguma paz nas escolas, cheira-me a provocação, num sentido obscuro estratégico, ou simplesmente, vingança. Qualquer coisa me escapa em todo este processo, e ainda não sei o que é, nem sei se alguma vez o saberei.

De qualquer maneira, certamente Sócrates não estava à espera destas dificuldades, e isso sim, já é uma vitória. Mas não a cantem, ainda falta muito para o jogo acabar...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ministra diz que avaliação na graduação é para continuar...

A ministra da Educação, Isabel Alçada, garantiu hoje, em Matosinhos, que a avaliação de desempenho "é para manter" nos concursos de admissão de professores.

"Defendemos e vamos manter que tanto no desenvolvimento da carreira profissional como nos concursos dos professores a avaliação de desempenho tem de ser um dos fatores e um critério de ponderação", afirmou Isabel Alçada (...)


Desenganem-se quem pensou que o ME iria ter o bom senso de retirar este elemento estranho do concurso... Não interessa que o ciclo avaliativo que acabou tenha sido um processo não uniforme, cheio de erros e com morte já anunciada. Não interessa que este factor, nestas condições, e ainda para mais, num sistema de quotas, irá desvirtuar a justiça e transparência (a possível) do concurso. Não! Isso pouco interessa! É melhor colocar novamente toda a classe dos professores em pé de guerra por algo que o próprio ME, em Dezembro último, admitiu não ser o mais justo e ter colocado a hipótese de retirar do DL 51.
É uma vergonha todos os anos inventarem coisas novas e tornarem a vida dos professores cada vez mais precária...

Desenganem-se quem olhou para esta ministra e viu um de nós. Não, não é um de nós. Se alguma vez o foi, já há muito o deixou de ser. Só alguém que não concorre há muito tempo, e nunca concorreu em tempos como estes, pode avançar para "isto" e mostrar uma frieza tal, só comparável à outra senhora ou ao chefe máximo.

PS: os colegas que não concorrem agora, é bom que fiquem atentos e mostrem também a vossa força agora. Neste momento, quem está a ser prejudicado sãos os contratados e mais uns quantos dos quadros que têm de concorrer para destacamentos, mas para o ano, somos todos. E se não fizermos nada agora, nós os professores, e não apenas os sindicatos, que tanto fizeram, mas pouco conseguiram, então aí, esqueçam, já não haverá nada a fazer!

sábado, 10 de abril de 2010

Sobre os concursos - 2010-2011

Saiu esta passada sexta-feira o aviso de abertura do concurso docente 2010/2011. Podem consultar o aviso de abertura e outra documentação necessária aqui.

Recomenda-se vivamente a leitura do aviso de abertura, que contém novidades interessantes, que na minha opinião, são extremamente negativas e que irão fomentar mais injustiças no concurso.

- Primeiro, a decisão (a carecer de confirmação por parte do ME) de incluir as bonificações previstas na legislação ainda em vigor da avaliação docente. Assim, ao contrário daquilo que foi prometido, os MB irão bonificar 1 valor, e o Exc, 2 valores. Tendo em conta a palhaçada que foi este ciclo avaliativo, e a sua natureza baseada em quotas, isto trará muitas injustiças ao processo de colocação de professores.

- Segundo, o facto de a renovação de contrato se extender a todos os professores que tenham horário completo até 31 de Dezembro, será obviamente vantajoso para muitos colegas, mas para outros, que arriscaram ficar mais longe com horário completo logo em Agosto, acabará por se tornar muito injusto.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Desculpem, ando tão farto disto que só ligo à bola!

É o Estatuto do Aluno que não anda nem desanda... É o ECD que vai não vai, e fica quase na mesma... É o bullying recém-descoberto... São as novas invenções da equipa do ME...

Digo-vos: cada vez mais um socialista convicto como eu começo a pensar se não será boa ideia a direita voltar ao governo... Ao menos a direita é honesta com as suas convicções, não como o PS, que é um híbrido de esquerda e direita e acaba por não fazer nada de jeito! A Educação está cada vez pior, e quando aparentemente surgiu uma oportunidade de endireitar algumas coisas, tal como o Estatuto do Aluno, o Estatuto da Carreira Docente, a organização e simplificação do funcionamento escolar, a dotação dos recursos humanos necessários estáveis nas escolas, vejo mais do mesmo, propaganda e demagogia politica e educativa. Assim não vamos lá...


Por isso, ao menos o meu Benfica para me dar alegrias e fazer esquecer os políticos profissionais da educação, o PEC, e outras coisas que tais! E para quem também gosta de futebol, que tal umas estatísticas retiradas do jornal oficial do FC Porto?


32 | Número de jogos de suspensão aplicados pela federação inglesa ao internacional francês Eric Daniel Pierre Cantona (Manchester United) na sequência da "agressão a pontapé e socos" a um espectador durante o jogo Crystal Palace-United de 25 de Janeiro de 1995


12 | Número de jogos de suspensão aplicados pela federação inglesa ao médio internacional Joseph Anthony Barton na sequência da "conduta violenta e agressão" ao colega de equipa Ousmane Dabo durante um treino do Manchester City em Maio de 2007


11 | Número de jogos de suspensão aplicados pela federação inglesa ao avançado Paolo Di Canio (Sheffield Wednesday) por ter derrubado o árbitro Paul Alcock durante o jogo Sheffield-Arsenal de 26 de Setembro de 1998


10 | Número de jogos de suspensão aplicados pela federação inglesa ao médio do Southampton David Thomas Michael Prutton por ter empurrado e ameaçado o árbitro Alan Wiley durante o jogo Southampton-Arsenal de 26 de Fevereiro de 2005


3 | Número de jogos de suspensão aplicados pela federação portuguesa ao avançado do FC Porto Givanildo Vieira de Sousa na sequência da expulsão no Benfica-FC Porto de 20 de Dezembro de 2009 por "agressão a pontapé e murro [de] um segurança no túnel, causando ferimentos"


in "O Jogo"


E esta hein?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Hulk, Sapunaru, e o branqueamento da violência...

No futebol, tal como nas escolas, tenta-se sempre fechar os olhos às situações mais graves... A ver se passam e ninguém dá conta! Passamos, vemos um aluno a bater noutro, e muitas vezes, passa-se, pois ninguém se quer meter na confusão e daria um trabalhão dos diabos separá-los e fazer uma participação disciplinar. No futebol acontece a mesma coisa, mas com a agravante de não ser uma pessoa a ver, mas sim milhares, e por vezes, milhões. Mas quem tem de agir, normalmente nesses momentos está a olhar para tudo menos para o jogo... Só isso justifica vermos um Bruno Alves constantemente a agredir outros jogadores e que nunca tenha tido uma daqueles célebres sumaríssimos, que para outros, caloiros nessas andanças, até foram céleres! Agora, para se exultar mais ainda o deixa para lá, uma Federação com laivos de despotismo, e ainda com desejo de vingança por lhe ter sido tirado a organização dos campeonatos profissionais de futebol há uns anos atrás, decidiu arrasar por completo uma sentença histórica a dois jogadores que agrediram violentamente um steward, elemento esse que tem permissão para estar no recinto de jogo (e recinto de jogo não é apenas dentro das quatro linhas), logo é um interveniente ao jogo, tal como delegados ao jogo, treinadores, adjuntos, organizadores, e por aí fora, dando uma machadada na Liga de Futebol, e branqueando completamente a violência que há anos é permitida a certos intervenientes ao jogo...

E já começou o coro das virgens ofendidas...

sábado, 20 de março de 2010

Um erro histórico que se corrige!

Desde o início o novo Estatuto do Aluno levantou vozes de discórdia por todos os intervenientes, fossem professores, aluno e pais. Os únicos que apoiaram foram os seus criadores e um pretenso representante dos pais portugueses. De lés a lés, em todas as escolas, este estatuto criou constrangimentos e um acréscimo enorme de trabalho, que obviamente, dada a natureza das medidas impostas, não provocaram nada positivo. Com a revisão do estatuto do aluno, novamente com uma diferenciação clara entre faltas justificadas e injustificadas, e o fim das provas de recuperação obrigatórias para alunos com faltas justificadas, o sistema torna-se mais justo e menos burcocrático.
Esperemos ainda que os alunos com faltas injustificadas tenham medidas práticas de punição, e ainda, que se defendam os alunos (e professores e demais actores educativos) de práticas violentas.

quinta-feira, 18 de março de 2010

E viva o Benfica...

Grande jogo do meu Benfica. Mais uma daquelas grandes e épicas noites europeias!

Apesar do árbitro, apesar das estatísticas longamente repetidas nos últimos dias, apesar da "fragilidade psicológica" ditada por muitos comentadores, o meu Benfica lá conseguiu vencer uma boa equipa europeia, eliminá-la e virar o resultado do jogo! É muita coisa para um jogo só! :-)

Governo recua

No final de uma ronda de encontros com os sindicatos, o secretário de Estado Alexandre Ventura veio dizer que «havia uma vontade de harmonização da carreira docente com a lei geral da Função Pública», mas que essa «não é uma prioridade» neste momento.
Sem os pontos mais polémicos, o estuto poderá ir a Conselho de Ministros já na próxima semana.
De acordo com Alexandre Ventura, o ministério optou por retirar «todas as matérias que vão para além do acordo de princípio assinado com os sindicatos», de forma a «não fazer prolongar mais o processo negocial».


in "Sol"


Depois das ameaças dos sindicatos, o governo, num acesso de bom senso, decidiu retirar as medidas enfiadas à pressão na proposta do ECD. Mas não se iludam: tal como Alexandre Ventura disse, não é uma prioridade neste momento, o que não quer dizer que o seja num futuro próximo. E para quem não sabe o que quer dizer a harmonização da carreira docente com a lei geral da Função Pública, isso significaria o fim da espeficidade da carreira docente.

Sinais de que o fim da maioria absoluta tem as suas vantagens...

Concurso de Docentes 2010 - Calendarização

Poderão ver aqui a calendarização do concurso para a colocação de docentes contratados e para efeitos de destacamento por condições específicas. Esta é uma calendarização incompleta pois ainda não abrange a fase da manifestação de preferências.


PS: apenas uma aparte, como é possível que nos Açores consigam calendarizar todos os passos do concurso e não falhem nas datas, e aqui no continente não?

terça-feira, 16 de março de 2010

ECD - alterações graves

Deixo aqui o projecto de alteração do ECD de 15 de Março. Após uma leitura mais rápida, e uma vista de olhos noutros blogs, apercebi-me que se quer resumir o concurso de colocação de professores ao seguinte:

A dotação de postos de trabalho dos mapas de recrutamento das escolas ou dos mapas de escolas não agrupadas, discriminada por ciclos ou níveis de ensino e grupos de recrutamento, é fixada por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, admnistração pública e da educação. vide artigo 26

Que eles querem acabar com a nossa única hipótese de ter um concurso com o mínimo de transparência, já se sabe há muito, mas agora, colocar a nossa carreira equiparada a qualquer uma da função pública, desaparecendo a espeficidade própria da carreira docente, parece-me, e é, grave, e mostra que eles não desarmam, apenas procuram novas formas de vencer...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ainda o bullying - morte de um professor

Mais uma triste notícia relacionado com o tema bullying, e para o qual, finalmente, e infelizmente, está a ser dado destaque.

Um professor, vítima de bullying por alguns seus alunos, suicidou-se. Vêm agora tentar branquear este facto devido a problemas psicológicos desse colega. A verdade, é que na maioria dos casos o suicídio é causado por problemas psicológicos, agravado por situações externas. E são essas situações externas que cabe a quem de direito tentar controlar, ou limitar. A verdade é que um professor que faz sete queixas disciplinares de um aluno, a quem não é feita qualquer medida que impeça a repetição da situação, obviamente estará a ser condicionado e pouco protegido relativamente a essa situação psicológica. Agora vêm dizer que ele tinha "fragilidades psicológicas", mas quando se devia ter agido, nada se fez.

Urge dar poder (com a respectiva responsabilidade) a quem de direito nas escolas, e urge apontar responsabilidades aos verdadeiros educadores e tutores dessas crianças, os pais!

Bullying

Bullying.

Este nome está na moda. Desde há algum tempo, descobriu-se a prática do bullying, e desde há alguns dias, pelas piores razões possíveis, saltou para a actualidade das conversas. O caso do rapaz de Mirandela ainda vai fazer correr muita tinta, e muitas responsabilidades vão ter que ser atribuídas.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, esta prática não é nova nem de repente se colocou em rápida expansão. Na minha experiência pessoal, enquanto aluno, vi vários casos de bullying, alguns bem mais graves dos tipificados hoje em dia. Mas antes, havia uma diferença grande: muito dificilmente um aluno iria contar a um professor, ao contrário de hoje, salvo raras excepções, em que qualquer coisa, por mais insignificante que seja, é logo relatado ao professor. Hoje em dia sabe-se quase tudo, ao contrário de há uns bons anos atrás, em que poucos problemas entre alunos chegavam ao conhecimento dos professores. Por isso, costumo ouvir muitos comentários do género: isto hoje em dia está mesmo mau, antigamente não havia nada disso. Pois, mas eu que sou da geração de 80, discordo, pois vivi-o.

O bullying é um problema social grave que tem quer ser travado e resolvido, mas não se empole a realidade actual e se esconda o passado. Para podermos perceber a raiz do problema, estamos proibidos de o fazer!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Provas de recuperação - "kaput"

O Ministério da Educação vai acabar com as provas de recuperação obrigatórias para os alunos que excedem o limite de faltas. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, aos sindicatos pelo secretário de Estado Alexandre Ventura, durante uma negociação sobre o horário de trabalho dos professores


Finalmente, uma daquelas boas notícias que não tem nenhum (para já) senão: o fim das inúteis provas de recuperação. Nas negociações em curso os horários de trabalho dos professores, entre outros assuntos, foi anunciado o seu fim. É um bom sinal. É sinal de que finalmente se começa a pôr em causa muito do trabalho inútil que se pede ao professore, que acaba por se sobrepôr ao verdadeiro trabalho do professor, preparar cuidadosamente as suas aulas.

Já agora, mais duas boas notícias: "O fim das reuniões semanais obrigatórias para os professores dos Cursos de Educação e Formação e a possibilidade de os docentes darem até sete faltas por conta do período de férias foram outras cedências da ministra Isabel Alçada."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Resultados da mini-sondagem sobre o acordo

Muito Bom – 4%
Bom – 0 %
Razoável – 21 %
Áquem das expectativas – 44 %
Mau – 9 %

Nesta pequena sondagem (pequenina mesmo, apenas com 22 votos), percebe-se mesmo assim a orientação do grau de satisfação dos professores com este acordo, havendo mais de 50% dos professores que o considera abaixo de razoável. No entanto, penso que, e fazendo uma interpretação pessoal aos resultados, o facto de apenas 9% o terem achado mau, mostra que, apesar de tudo, os professores acham que alguma coisa de positivo foi alcançado.

Talvez a verdadeira avaliação deste acordo não possa ser feita ainda, mas apenas quando todas as outras negociações em curso terminem, e quando estiver mesmo a ser posta em prática.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Opinião de Ramiro Marques sobre o acordo

Defendi aqui que o acordo não é bom, mas foi o possível face aos tempos em que vivemos. É apenas razoável, sendo ainda assim, razoável. Nas minhas leituras diárias, deparei-me com este post de Ramiro Marques a explicar de forma sucinta a razão deste acordo ser favorável aos professores, post com o qual concordo quase na totalidade. Deixo aqui então o link ao post de Ramiro.

Por que razão o acordo é favorável aos professores?

Que belo dia de neve!


sábado, 9 de janeiro de 2010

Deixem-me rir!

Sócrates nomeia Maria de Lurdes Rodrigues para presidente da FLAD

A antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, foi nomeada por José Sócrates para suceder a Rui Machete à frente da Fundação Luso-Americana (FLAD).


A solidariedade ainda é uma coisa muito bonita, e depois de quatro anos a aturar os malandros dos professores e a lutar contra moinhos de ventos, finalmente chega a recompensa prometida. Digamos que é também a recompensa devida pois alcançou boa parte dos objectivos pretendidos, que foi reduzir a despesa mensal com os professores e subir os indíces de sucesso na escola (a maneira não interessa para o caso). Longa vida a MLR!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Prova de Ingresso - a revogação parcial

Finalmente, a prova de ingresso, nos moldes em que foi concebida, desapareceu. É apenas uma acto de justiça esta medida, visto que, por muitas razões, esta prova era tão infame quanto injusta, para não falar de desnecessária.

Desta forma, a prova de ingresso será apenas para todos os professores que ainda não começaram a leccionar, estando todos aqueles que já leccionaram e obtiveram uma avaliação mínima de BOM livres da prova. Assim, e apesar da vitória, esta acaba por não ser total, visto que os pressupostos da prova continuam a ser alguns que contestámos. No entanto, é apenas justo para todos aqueles professores com tempo de serviço, que serviram até hoje para o sistema educativo, e que era agora, posta em causa a sua competência, conhecimentos e aptidão para a profissão.

Deixo aqui apenas um aparte, que provavelmente alguns não gostarão de ouvir. Parte da culpa da vitória não ser total, é dos interessados: nem por uma vez se ouviu reacções de professores em formação ou das entidades formadoras. Assim, viram as suas reivincadações satisfeitas quem lutou por elas. Infelizmente, a inacção levou a este desfecho.


Saúdo todos os obreiros da luta contra a prova de ingresso, poucos mas bons!

Acordo de príncipios para a revisão do ECD e do modelo de avaliação de desempenho

Para ler a proposta, clique aqui.

Acordo... possível.

Afinal, houve mesmo acordo. Há dois dias atrás, após declarações infelizes, para não dizer graves, de Isabel Alçada, esse acordo parecia muito longe. No entanto, e depois de uma maratona de 14 horas, viu-se uma luz ao fundo do túnel e o ECD começa a parecer mais aceitável. Apenas isso. Clamar vitória não me apetece, mas houve recuos do governo e houve melhorias relativamente às ideias anteriores.


- Todos os professores com Bom podem aceder ao topo da carreira.

- Deixa de haver constrangimentos no acesso ao 3º escalão.

- Nas vagas para o 5º e 7º escalões não serão contabilizados os professores com Muito Bom e Excelente.

- Para aceder ao 3º e 5º escalão é necessária uma avaliação com observação de aulas.

- Os professores que já tenham leccionado e com pelo menos uma avaliação mínimo do Bom deixam de ser obrigados a realizar a prova de ingresso.


Já estão marcadas novas rondas de negociação para limar alguns aspectos, e tratar de novos assuntos, tais como a carga horária, regime de trabalho, faltas, aposentação, entre outros. Li ainda algures que no próximo ano haverá novo concurso nacional para todos os professores (carece de confirmação).

Maratona negocial: quem irá ganhar?

Para já, as últimas notícias dão alguma esperança de um acordo, pois se as negociações já vão com mais de 12 horas é porque há diálogo, o que por si só já é um bom sinal.

Dizem que a prova de ingresso, pelo menos nos moldes em que se encontrava, cairá.

Dizem que os constragimentos nos 3º escalão desaparecerão.

Basta haver uma solução para os professores "bons" no 5º e 7º escalão para que haja um acordo possível entre ME e sindicatos.

Esperemos...


No entanto, deixo aqui um desejo. Que um possível acordo seja o princípio e não o fim...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Definitivamente, não gosto de Isabel Alçada!

Para explicar aos jornalistas porque não aceita a exigência de garantir o topo da carreira a quem tenha essa classificação, a ministra contou que no ciclo avaliativo que acabou a 31 de Dezembro (ver caixa) 83% dos professores tiveram "bom".

Percentagem que atribuiu à "tradição da atribuição desta nota aos docentes por parte de quem avalia". Uma ideia que reforçou com a revelação de que "houve menos de 0,5% de classificações com a nota regular ou insuficiente".


É tradição os professores darem bons entre si?

As declarações, graves, de Isabel Alçada, porque implicam a acusação de um lobbi entre professores na altura da avaliação, não podem ser aceites de ânimo leve! Noutras profissões, certamente implicaria uma reacção mais forte e mais abrangente, não se limitando aos sindicatos, mas nós, professores, estamos tão habituados a levar pancada de todos os lados, que até deixamos passar declarações tão destrutivas para a nossa credibilidade como estas!

Isabel Alçada começou simpática, e o pessoal deixou-se levar, e agora, já vai na mesma onda de Sócrates e a antiga senhora, manipulando a informação, falsificando os dados, e interpretando de forma abusiva, de maneira a colocar a opinião pública contra nós.



Uma última pergunta, agora, para quem não é professor e está a ler este texto: será que a razão de haver tantos bons não será simplesmente porque a maioria dos professores faz o seu trabalho?