Para explicar aos jornalistas porque não aceita a exigência de garantir o topo da carreira a quem tenha essa classificação, a ministra contou que no ciclo avaliativo que acabou a 31 de Dezembro (ver caixa) 83% dos professores tiveram "bom".
Percentagem que atribuiu à "tradição da atribuição desta nota aos docentes por parte de quem avalia". Uma ideia que reforçou com a revelação de que "houve menos de 0,5% de classificações com a nota regular ou insuficiente".
É tradição os professores darem bons entre si?
As declarações, graves, de Isabel Alçada, porque implicam a acusação de um lobbi entre professores na altura da avaliação, não podem ser aceites de ânimo leve! Noutras profissões, certamente implicaria uma reacção mais forte e mais abrangente, não se limitando aos sindicatos, mas nós, professores, estamos tão habituados a levar pancada de todos os lados, que até deixamos passar declarações tão destrutivas para a nossa credibilidade como estas!
Isabel Alçada começou simpática, e o pessoal deixou-se levar, e agora, já vai na mesma onda de Sócrates e a antiga senhora, manipulando a informação, falsificando os dados, e interpretando de forma abusiva, de maneira a colocar a opinião pública contra nós.
Uma última pergunta, agora, para quem não é professor e está a ler este texto: será que a razão de haver tantos bons não será simplesmente porque a maioria dos professores faz o seu trabalho?
Greve ao serviço extraordinário
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