terça-feira, 8 de abril de 2008

Ainda sobre as declarações de Valter Lemos... (parte 1)

Escolhi algumas frases da notícia do JPN, sobre a violência escolar aquando da sua ida ao 9º fórum do Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEPC).

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Parte I

“A escola pública cumpriu uma das mais importantes missões da democratização do ensino do país e é muito lamentável que se possa desenrolar uma campanha de desacreditação da escola pública e da sua missão junto de uma sociedade que precisa da escola como de pão para a boca”, afirmou Valter Lemos, sem, no entanto, responder à questão de quem estaria por trás da referida campanha.”

Esta frase é enigmática, mas nem tanto assim… Há quem veja nisto uma crítica a MLR, preparando um golpe palaciano, que o leve a Ministro da Educação. Eu não concordo, e pelo simples facto de provavelmente VL saber perfeitamente que não tem condições para assumir esse cargo. Os professores têm em VL alguém tão mau ou pior que MLR a comandar o ME. Na minha opinião, esta frase serve apenas para se vitimizarem, colocando o ónus dessa tarefa, a da desacreditação, em alguns jornalistas e sindicalistas… Obviamente, confunde apenas os mais incautos e alheados do assunto. O mérito da desacreditação dos professores é inteiramente de Valter Lemos, Maria de Lurdes Rodrigues e Companhia…

“O secretário de Estado abordou, também, os recentes comentários do presidente do Conselho de Escolas, Álvaro Almeida Santos, que classificou como “clima de histeria” a abordagem que se tem feito aos casos de violência escolar.

Valter Lemos considera “preocupante” que existam casos de violência nas escolas, como o recente episódio ocorrido na escola Carolina Michaelis, mas considera que tem havido “algum exagero, nomeadamente passando a imagem de que as escolas são sítios onde não se pode viver e isso é falso”, afirmou.”

Exagero senhor Secretário de Estado? Exagero é o senhor dizer que conhece a situação das escolas portuguesas quando há mais de 20 anos não lá põe os pés… Quando diz, com MLR, que os casos de violência nas escolas são esporádicos, e apenas específicos de algumas escolas, baseando-se em dados estatísticos que todos sabem ser altamente superficiais, apenas demonstra não conhecer a realidade da maioria das escolas. Pode-me dizer que se assim realmente é, é porque os professores não denunciam esses casos. E é verdade! Mas também é verdade que muitas vezes denunciam, e há pressões vindas de muitos quadrantes dentro e fora da escola para que esses casos sejam esquecidos! Agora, vai-me dizer que não sabe de nada? Se não sabe, devo dizer que faz mal o seu trabalho! Mas devo acrescentar algo, muitas vezes esquecido. E a violência menos grave mas mais prolongada? Aquela que não existe um facto grave violento, mas que acontece diariamente? E essa? Como é contabilizada? Eu posso aqui lembrar um estudo feito há relativamente pouco tempo, que dava a classe docente como a classe com maior desgaste em Portugal.


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