quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Reacções... (II)

E as reacções continuam, mesmo dentro do partido do governo.

António José Seguro, sem nunca referir directamente nenhum dos visados, deixou críticas à arrogância que tem sido demonstrada, realçando que os professores devem ser valorizados, e não o contrário. (ver aqui)

Mais uma vez os alunos de uma escola receberam os representantes do ME, neste caso o secretário de estado, Valter Lemos, e o sub secretário, Jorge Pedreira, com ovos. É caso para dizer que para quem diz estar a fazer tudo pelos alunos, a reacção não está a pretendida... (ver aqui)

Os presidentes dos CE de quase todas as escolas do distrito de Coimbra decidiram em conjunto pedir a suspensão de todo e qualquer processo desta avaliação, apelando a que os presidentes dos CE de outros distritos façam o mesmo. (ver aqui)

O presidente do Conselho de Escolas, órgão consultivo do ME, vem alertar para o clima de tensão nas escolas, mostrando a sua preocupação pelos seus efeitos sobre os alunos. Realça ainda o facto de grande parte do trabalho nas escolas esgotar-se na avaliação, situação essa que perturba a aprendizagem dos alunos. (ver aqui)

Noutro âmbito, escolas de todo o país continuam a aprovar moções pedindo a suspensão deste processo de avaliação.

2 comentários:

Anónimo disse...

Começo por esclarecer que sou professor há mais de 22 anos.
Adianto também que não me reconheço nestas manifestações, nem na histeria manifestada pelos meus colegas.




Não é politicamente correcto dizê-lo, mas o que se passa é que a qualidade pedagógica e humana da maioria dos professores é muito, muito baixa. A maioria dos meus colegas formou-se com notas anormalmente fracas, acabaram para vir para o ensino apenas aqueles que não encontraram melhor alternativa de emprego. A maioria não são professores, são funcionários do Ministério da Educação, e que como parte do seu contrato de trabalho têm de aturar miúdos durante umas quantas horas por semana. As 'bestas' como alguns se lhes referem dentro da sala de professores, para gáudio geral.




Estão 100.000 professores na rua? Ou 100.000 funcionários que apenas vêm os seus privilégios ameaçados? 100.000 parasitas do Estado que apenas querem direitos, mas recusam quaisquer deveres, quaisquer obrigações de prestar contas à sociedade que lhes dá de comer?




O que mais me angustia é que há um erro de princípio na reforma da educação: ela não se fará com os professores (como é politicamente correcto dizer) porque estes não o são. Apenas se fará com OUTROS professores; dignos dessa profissão e cujo nome foi usurpado.




Escusado será dizer que não me atrevo a manifestar publicamente o meu desacordo perante os meus colegas na escola. Uma maioria esmagadora, ameaçadora, mesquinha e incapaz de discutir com quem discorda, apenas insultar. Estou refém dos meus colegas, tal como os pais dos alunos e todos aqueles que querem ver o seu país evoluir baseado no esforço e no mérito;




Estamos todos reféns porque hão-de vir paralisações e suspensões de aulas. Hão-de arranjar maneira de parar as aulas para pressionar os pais, mas sem greves, pois essas lhes afectam o vencimento que querem garantido no final dos 14 meses. Os alunos são as primeiras vítimas porque eles não têm, nem terão, quaisquer escrúpulos em os sacrificar à manutenção das suas mordomias, aos interesses políticos de terceiros. Quando ouvi o Manuel Alegre (em quem votei), dizer as barbaridades que hoje disse sobre a Ministra percebi o quanto esta é uma luta política de que os meus medíocres 'colegas' são meros peões.




Continue Senhora Ministra, continue, que não lhe faltem as forças, é o que todos os professores dignos desse nome, mas que têm de permanecer calados, clandestinos dentro das suas próprias escolas, lhe imploram.



Comentário de professor-na-clandestinidade (11/11/2008 - 23:43h)

visiense disse...

Colega, ou melhor, visto ser o único verdadeiro professor neste país, sr professor, já que eu, sendo um normal funcionário do estado, não tenho o estatuto para o tratar como colega, não tenho palavras para responder ao seu comentário, pois considero-o tão ofensivo, tão de maus gosto, que nem merece resposta.

Deixo aqui o seu comentário, pois este é um blog democrático, ao contrário da ministra que tanto apoia, para que outros vejam um exemplo de alguém que não é colega, simplesmente é o retrato fascista de alguns saudosistas de outros tempos... Como muitos foram clandestinos em épocas de ditaduras, é perfeitamente normal que agora se intitule clandestino numa época de democracia!