Como se previa, e se queria, a manif do passado dia 8 serviu principalmente como ponto de partida para a luta! Apesar de alguns colegas menos conhecedores do fenómeno MRL, a maioria tinha noção que não passava disso, de um ponto de partida. Mas que ponto de partida foi, com mais de 120000 professores na rua, a protestar contra várias medidas altamente penalizadoras para a classe docente e para o Sistema Educativo!
As reacções não tardaram a surgir, tendo a equipa ministerial passado a semana anterior a preparar terreno, com entrevistas várias, mas com argumento único, o tal em que estão a cumprir escrupulosamente o memorando de entendimento, para a ministra, no dia da manif, longe e supostamente segura no Porto, vir dizer, ou melhor, acusar os professores de medrosos, chantagistas e ainda, de manipuláveis! Agora já não falamos apenas dos sindicatos, mas sim de toda a classe docente. É isto o que realmente MLR pensa de nós…
Obviamente, as mentiras, inverdades, omissões, trapalhadas, etc, deste ministério, não iriam durar para sempre, e começaram a surgir as reacções que nós necessitávamos.
- O PSD parece que saiu daquela redoma em que falavam de tudo e não falavam de nada, para de repente, juntando-se a outras cores políticas, questionar persistentemente toda a actual situação (ver aqui).
- Manuel Alegre, voltando a surgir como o rosto mais à esquerda do PS, censurou fortemente MLR, primeiro na revista de opinião socialista “Ops!”, depois, reiterando numa entrevista, fazendo muitas e variadas críticas, nomeadamente à sua atitude prepotente e autoritária, à sua cegueira perante todo o contexto em que se encontra o Sistema Educativo, e a muitas das suas medidas (ver aqui e aqui)
- Os pedidos de suspensão do processo de avaliação nas escolas aumentaram de intensidade, continuando a minar todo este processo/palhaçada dentro do sistema.
- Muitos presidentes de CE começam a perder o medo e apresentando-se como contra esta avaliação, dando a cara pelas tomadas de posições das suas escolas! Ver notícia sobre tomadas de posição nas escolas de Coimbra.
- Os alunos, que até há pouco tempo estiveram adormecidos, acordam para a enormidade do novo estatuto do aluno, e começam a activar as suas hormonas juvenis, obrigando MLR a novos focos de tensão (ver aqui).
As reacções começam a surgir em catadupa, e apenas “opinion makers” desinformados e/ou conotados com cores rosas, continuam a atacar os professores, sem argumentos de qualquer espécie, apenas partindo de pressupostos ofensivos para a classe docente.
PS: Porque razão a comunicação social continua a começar qualquer peça sobre Albino Almeida como “Os pais…”, sabendo-se que é apenas presidente da Confap, uma das federações de associações de pais. Aliás, por alguma razão, estiveram representadas na manif de dia 8 várias associações de pais em apoio aos professores portugueses! E porque razão nunca ninguém questiona esta personagem sobre a razão de, em qualquer momento de contestação dos professores a esta equipa ministerial e às suas políticas, este senhor servir de advogado destes? Terá a ver com a sua cor preferida? Terá a ver com o facto de o ME financiar quase na totalidade a Confap? Porque será?
2 comentários:
Estimado Filipe Araújo
O meu dia-a-dia estica-se por mais de 16h...indignado por tanto autismo, tantos despachos incongruentes, tantas mudanças num só ano lectivo...farto.
Um abraço
Presumo que seja mais um dos visados de MLR, quando diz que os professores passam pouco tempo nas escolas... Como MLR não é professora, nem conhece o sistema de ensino, vamos perdoá-la, como bons cristãos. Mas, mesmo perdoando (...), não posso deixar de afirmar aqui que é pena que alguém com tantas responsabilidades, use mentiras para aplicar uma medida. Desde quando é que o nosso trabalho enquanto professores se resume às aulas dadas? E todo o trabalho de base para se dar essas mesmas aulas? E toda a avaliação que fazemos dos nossos alunos, avaliação essa abrangente, e que não se fica apenas pelos testes? E mesmo os testes, quem os elabora, as suas matrizes, os seus critérios de correcção, e os corrige? E as reuniões? E o trabalho que damos às escolas, com aulas de apoio, aulas de substituição? Passamos pouco tempo na escola?
Acho que a ministra apenas estará contente quando estivermos na escola em regime de internato, a ganhar metade do que ganhamos agora, e ainda, a pagar a dormida!
Cumprimentos, caro João Soares
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