Há umas semanas atrás ocorreu um episódio, ou conjunto de episódios, que demonstram bem o estado geral da Democracia em Portugal. Infelizmente, penso que pouca gente deu a real importância a este acontecimento. Estou a falar da visita de Cavaco Silva, Presidente da República, à Madeira. Relembrando os factos: Cavaco Silva, como Chefe de Estado, não teve direito a sessão solene por parte da Assembleia Legislativa da Madeira, o órgão máximo de soberania regional, com a justificação do presidente do governo regional, Alberto João Jardim, de que os partidos nela representados são "um bando de loucos".
Em Portugal existe uma coisa que se chama democracia representativa, na qual o “povo” elege os seus representantes através de eleições, representantes esses que decidem em nome daqueles que os elegeram. Uma democracia representativa, por definição, representa a pluralidade de opiniões e interesses da maioria dos cidadãos. Claro que depois de eleitos, muitos dos políticos, esquecem-se daqueles que representam, falseando todo o sistema, e tornando o termo democracia representativa numa falácia! Mas isso é tema para outro dia.
Voltando à democracia representativa existente e placidamente aceite, esta representa numa assembleia legislativa, a totalidade do “povo”. Ora, Alberto João Jardim, presidente de um governo regional, constantemente insulta, desvaloriza, muitas vezes até, constrange a liberdade democrática de partidos políticos opositores representados na Assembleia Legislativa da Madeira, logo, está a fazer exactamente o mesmo a quem eles representam. Num país que se diz democrático, esta condição madeirense é vergonhosa e indecorosa. Mas nada disto é novo! O que é novidade é um Presidente da República ter aceitado colocar-se numa posição de ir à Madeira e olhar para o lado e assobiar como se não fosse nada com ele… Mas é! E muito! Ele é o representante máximo da nossa República! Cavaco Silva tem responsabilidades na exigência da manutenção da democracia, responsabilidades essas que descartou em nome de um passeio sossegado pela linda ilha da Madeira.
Noutros tempos, em tempos mais honrados, teria sido o suficiente para pedirem a sua demissão… Cavaco Silva optou pelo “politicamente correcto”, mas eu digo que não, foi mesmo politicamente incorrecto, e pior que isso, foi cobarde e atraiçoou um país inteiro!
O “politicamente correcto” sr. Cavaco Silva, é a linguagem daqueles que têm medo de se afirmar e de afirmar as suas ideias. Como Presidente da República Portuguesa, não deveria ficar amedrontado por defender o conceito que está por trás da República que representa.
Greve ao serviço extraordinário
Há 3 anos
2 comentários:
O #Não voto PS# é um profundo disparate é aceitar que o voto é apenas ditado por egoísmo...E além do mais tem a amioria de pessoas contra a "dita luta". Precisamos de uma escola Melhor! Não de professores a pensar no facilitismo...
Primeiro, o não voto PS é o meu direito, e você não tem qualquer justificação para criticar o meu direito de voto.
Segundo, quem é você para acusar-me de facilitismo? Conhece-me? Só porque sou contra um conjunto de medidas economicistas na Educação, sou facilitista? Facilitista é o senhor que vem acusar sem argumentos...
Terceiro, ao menos podia ter comentado num post sobre esse assunto...
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